Vez por outra, passam pelas minhas lembranças situações que ficaram lá atrás no tempo desta vida. Muitas vezes me revejo naquelas horas onde possa considerar, de novo, minhas reações, meus comportamentos, guardadas em mim. De uma clareza admirável, encontro pessoas, atravesso dificuldades, acompanho histórias, momentos que ficaram presentes sem a mínima intenção. Na sua maioria, são acontecimentos carregados, por vezes, de sofrimento, dificuldades, contradições. O máximo que faço de tais respostas do tempo passado, admito que, nalgum lugar, ficam gravados, dando margem a um novo aprendizado, talvez ao arrependimento, gratidão de me haver livre de tantas e boas, e continuar nos estudos de existência já noutras situações, noutros quadrantes.
Creio ser comum de isso ocorrer no juízo de todo mundo. Daí,
prudentemente, na medida do possível, essas ocasiões permitem rever o trilho
através da memória e aprender o que seja, numa revisão das mais importantes ao crescimento
individual. Vejo com nitidez que ninguém foge de suas mesmas circunstâncias lá
detrás. Qual sermos plantadores e coletores em mundo exclusivo. Os frutos de
nossas ações voltam por meio de vivências e registros. Tão forte isto
que me impressiono de não haver descoberto há mais tempo essa função.
E chego a perguntar se ainda haverá oportunidade a uma retrospectiva, num maior
aproveitamento desse itinerário da gente com a gente. E o que fazer diante
daquilo de equívocos plantados.
Sempre venho insistindo em aceitar a força de ser uma matriz
da sonhada liberdade. Patamares de escolhas e colheitas, vamos recorrendo ao
seguimento de cada um por si. Espécie em evolução, dispomos da possiblidade infinita
de nos reconstruirmos a todo instante, feixes de instintos e vontades,
elaborando gradualmente o que denominamos destino.
Criaturas restritas à individualidade, trabalhamos esse microcosmo da
existência rumo aos novos tempos da inteira realização, desde que esgotemos esta finalidade pessoal e inalienável de evoluir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário