quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Santa Felicidade


Ela viveu num tempo de martírio. Felicidade era escrava; estava grávida de oito meses e deu à luz a uma menina, no cárcere, dois dias antes de morrer. Nos seus gemidos durante o parto, um soldado, zombando lhe disse: “Se te queixas agora, o que será quando estiveres diante das feras”; ao que ela respondeu: “Agora sou eu que sofro, mas lá fora, um Outro estará em mim, e Ele sofrerá em mim eu sofrerei por Ele”. https://cleofas.com.br/o-martirio-de-santa-perpetua-e-santa-felicidade/

Um dia, conheci uma senhora (Dona Felicidade) que vivia cercada de sérias dificuldades físicas. O nome de tudo tem seu significado. A gente existe, mesmo nessa intenção, de chegar à estação da felicidade, por ser disso a origem. Tudo só depende de nós. Desde querer até realizar. Nisso, as tais interrogações do caminho: aonde chegar, quando chegar, bases tantas da realização de todos.

Gosto de conhecer a história das pessoas. Trazem riquezas valiosas que falam também de nossas vidas, porquanto aqui vamos à disposição de, lá um tempo, achar a porta e ganhar a libertação dos limites. As técnicas ditas pelos mestres, santos, filósofos, revelam bem a que viemos. Dão notícias dessa jornada dos humanos. Ainda que perante os desafios, equivalemos a buscadores da plena salvação que ora habita nas pessoas.

E felicidade corresponde a isso, ao encontro definitivo conosco próprios, na sede da alma, ali onde moram o senso e resumo das histórias individuais, enquanto que as palavras oferecem a oportunidade que carece de interpretar os destinos. Quais mães de novas esperanças e perpetuações, ela persiste pela força do conhecimento, seres abençoados de paciência, honestidade, confiança, gestos firmes da Natureza em volta da consciência.

O mito da Felicidade fala, pois, de quando seremos novas criaturas, seres livres, exemplos e luz da Humanidade que ora trazemos adiante. Esse momento sublime só depende aceitar, de uma vez, essa luz que mora em nós.


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