Com isso, por volta das 16h do dia 13 de junho de 1927, ano seguinte ao da visita que fizera ao Cariri, Lampião e 53 cabras afrontariam grupamento de 150 homens entrincheirados na defesa do maior núcleo urbano dos quantos já fustigara o cangaceiro durante sua vida tormentosa.
Durante o restante daquela tarde e toda a noite, profusão de balas quebraria o silêncio das horas e a paz dos circunstantes. Aos primeiros claros da manhã seguinte, por força da batalha, resultavam, no lado invasor, baixas expressivas de combatentes: Jararaca fora ferido e aprisionado, e Colchete recebera fatal balaço no crânio, dentre outras perdas do bando cruel.
José Leite Santana, o cangaceiro Jararaca, de 22 anos, recebera no meio do tórax balaço de fuzil e era mantido cativo na cadeia de Mossoró, se tornando, por vários dias, objeto da curiosidade pública. Reagiria ao ferimento, contudo, a título de ser recambiado para a capital do Estado, sofreria execução sumária, de acordo com a narrativa do jornalista potiguar Lauro da Escóssia:
- Alta noite, da quinta para a sexta-feira, levaram Jararaca para o cemitério, onde já estava aberta sua cova.
Ao perceber a trama onde caíra, o condenado ainda gritou: - Sei que vou morrer... Vão ver como morre um cangaceiro. E o capitão Abdon Nunes, comandante da polícia de Mossoró, descreveria os instantes finais do bandoleiro: Foi-lhe dada uma coronhada e uma punhalada mortal. O bandido deu um grande urro e caiu na cova, empurrado. Os soldados cobriram-lhe o corpo com areia.
Hoje, o túmulo de Jararaca é o mais visitado do cemitério de Mossoró, se transformando em lugar de constantes peregrinações das pessoas que fazem promessas e ali depositam ex-votos por conta da devoção ao meliante.
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