Esse espinho amolado que fere na sola dos pés, dói a alma e ocasiona peso de cores fortes a luz qual sombra abafada no meio do dia; trabalhar e reverter as marcas deixadas pela insatisfação, sensação de expectativa nas notícias do momento. De comum, as horas monótonas, as ansiedades, angustiam os seres pensantes à espera desesperada de novidades que preencham o vazio do desconhecido; olhares em volta que pouco ou nada respondem a tais perguntas abissais, fomes de alegria, de carinho, atenção, paciência, educação, cultura. Vem o verde, o azul, o branco, no movimento das folhas ao vento, nos claros do nascer do sol; marrecas voando lá na represa do açude, canto distante de pássaros aflitos de natureza; e esse eco distante no mormaço das tardes, enquanto dentro da gente velhas indagações do que virá depois de tudo isso insistem sair à história dos acontecimentos.
O desejo de ser amado e amar, a vontade de respirar sem limites, o espaço entre os olhos e as pessoas, o negror das noites de pesadelos, o trilho das ondas e algodões de nuvens que viajam, algo que remexe o peito e deixa cacos grudados nas paredes dos antes que desapareceram. Vidas soltas de personagens, nos jornais amarelados largados nas saletas poeirentas de casas abandonadas, nervos tensos de fios de estradas, preenchidos de andorinhas friorentas, e os sonhos insistentes da Eternidade, vocação de quietude e saudade fervendo o coração, furor das gerações que sumiram além dos velhos trilhos dos outroras esquecidos.
E dominar o fastio da imortalidade que invadiu entranhas e destinos na forma de bactérias impacientes. Quis explicar o travo amargo na boca, restos de poemas espalhados no horizonte, contudo a verdade dos objetos escorre e desaparece no presente ao foco das realidades e quenturas da existência, pura ausência de alguma razão e motivo das forças poderosas que transmitem claridade ao sentido único das estrelas.
(Foto: Jackson Bola Bantim).
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