Assim funciona o famigerado poder humano. Pessoas a desempenhar papéis necessários de comandar os grupamentos, quais partes dos sistemas inevitáveis, o que exige continuidade, porém há que topar o limite das paixões das criaturas, e, não raras vezes, utilizam as posições que desempenham a interesse particular. Lutam, por isso, com as fraquezas, próprias e de terceiros. Cruzam a perecividade dos acontecimentos, quando nada é definitivo, sujeitos às intempéries da fama e do destaque, arrastados, tantas horas, pelos cordões dos interesseiros e sagazes da corte dos bajuladores, amantes da lisonja. Desde que o mundo existe, acontecem tais dramas e comédias.
O risco representa, no entanto, a ilusão da permanência impossível ente a sombra fugidia e a debilidade da raça, o que só entulha de fascínio de pobres mortais entregues às orgias palacianas.
Esse lado estreito da personalidade exige atenção, antes, durante e depois dos turnos eleitorais. Ninguém é eterno. A forma ideal de encarar a tentação do poder significaria agir com desprendimento, conservando o lado forte das grandezas do conhecimento. Erguer olhos a dimensões maiores de sentidos perenes. No que ensina de Jesus de Nazaré: De que vale ao homem ganhar este mundo e perder a Eternidade.
Ainda mais que vender a consciência representa cair de bruços sobre os males dessa síndrome que ronda os poderosos, ao modo clássico da espada de Dâmocles, dos gregos, a balançar ameaçadora, prendida só por um fio, no alto da cabeça dos reis.
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