Um
dia, o Senhor dirigiu-se a Jonas, filho de Hamitai, e determinou que ele fosse
a Nínive, cidade pagã de reprováveis costumes, levar aos seus habitantes palavras de salvação.
No
entanto, Jonas o que fez: arrepiou caminho. Desceu a Jope, onde, no porto,
avistou fundeado navio de arribada para Társis e meteu-se no rol dos
passageiros, disposto a fugir de qualquer modo da face do Senhor.
Em alto mar, porém, quando
a viagem parecia transcorrer na perfeita normalidade, sem transtornos ou
percalços, cresceu monumental tempestade, a todos espavorindo de causar dó e
piedade.
Nessa hora difícil, a sono
solto, Jonas repousava no porão do navio, isento de quaisquer preocupações
terrenas. O comandante, que lhe conhecia os dotes espirituais, pediu que ele
orasse em favor dos aflitos, naquele instante de perigo. De logo reunidos no
convés, os membros da tripulação jogavam a sorte e reconheceram na figura do
profeta o motivo da iminente tragédia que rondava a expedição.
Daí, quiseram saber mais do
passageiro, quais suas origens, profissão, e detalhes úteis que falasse dos
maus presságios circunscritos.
Ele lhes respondeu: - Sou hebreu e adoro o Senhor,
Deus do céu, que fez os mares e a terra. Livro de Jonas l:9
Cresceu-lhes ainda mais o
medo, porquanto descobriram a intenção do profeta de esquivar-se perante o
compromisso firmado com o Pai de Tudo, levando Jonas a indicar o jeito que via
de escaparem daquilo, só que deviam atirá-lo às ondas fatais do mar revolto,
remédio certo.
Eles ainda resistiram à
ideia do estranho e, por isso, clamaram aos céus misericórdia. Todavia acabaram
aceitando lançar ao mar o profeta.
A sequência dos acontecidos
torna esta narrativa de domínio público. Nas águas convulsas, Jonas viu-se
engolido por baleia descomunal, em cujo interior permaneceu três dias e três
noites, tradicional conhecimento da humanidade.
Na barriga do peixe, ele
reergueu as forças e pediu ao Senhor, com sofreguidão, que voltasse a ver a luz
do dia. Na aflição, afirmou sua irrestrita obediência aos fatores do Bem. De
volta ao chão firme, a ordem que recebeu repetia os inícios da história, que
seguisse na direção de Nínive, a salvar-lhe o povo, reino que chegou após três
dias de marcha cerrada.
Nas ruas, pregou com
abnegação os rigores da mensagem fatídica: Ainda
40 dias, e Nínive será subvertida, clamava sensibilizando os ninivitas. O
rei do lugar aquebrantou a alma e mobilizou toda população pelos caminhos da
virtude. Juntos, jejuaram. Privaram-se. Converteram-se. Arrependeram-se e oraram
com força.
Por conta desse feito de
Jonas, Deus revogou o futuro cruel de Nívive, exemplo clássico de transformação
coletiva, na voz dos antigos profetas judeus.
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