Há poucos meses dali,
Wagner Dantas, um dos meus cunhados, fora vítima do acidente aéreo que, em
1982, comovera o mundo inteiro, com a perda de mais de 100 vidas, na Serra da
Aratanha, já próximo a Fortaleza, voo que procedente de São Paulo. Sua esposa,
Lydia, a primeira das minhas três irmãs, ficaria com quatro os órfãos de pai,
Juliana, Marcelo, Raquel e Renata. Esse imprevisto marcou nossa família de modo
intenso. Vivíamos a fase de adaptação. Minha mãe e eu passáramos algumas
semanas juntos deles, quando busquei auxiliar no que pudesse para a reestruturação
dos negócios, enquanto minha mãe assistia os familiares dentro de zelo e
superação também pessoal, pois as dores da perda lhe tocariam profundamente a
saúde.
Na sequência dos
acontecimentos, meio de noite já madrugada, tão logo voltara de Fortaleza, em
Crato, minha mãe escutaria, vezes insistentes, a campainha do telefone, até
resolver ir e atender.
Do outro lado da linha
era voz masculina arrastada, falando sob esforço inaudito, querendo falar algo,
porém lutando na articulação das frases, dada rouquidão quase instransponível.
Ainda assim face as limitações do interlocutor, minha mãe conseguiria escutar
algumas palavras que me diria pouco depois, as quais transcrevo resumindo a
mensagem que recebera:
- Dona Lourdinha,
cuide dos meus filhos... Cuide da minha família...
Sob impacto do que
ouvira, tudo de reação que esboçou foi recomendar a quem falava que deixasse de
brincar com assunto de tamanha seriedade, contudo assustada e pensativa.
Isso me chega à
memória, passado tanto tempo, no entanto face considerar oportuno o registro,
pois existem pesquisas atuais de captações de sinais de outros planos de vida
onde inteligências buscam se comunicar através do uso dos instrumentos
eletrônicos tão em voga nesta civilização. A prática desses estudos recebe o
nome de Psicotrônica, ramo relativo à Parapsicologia, ciência ora em
desenvolvimento.
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