quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Educação doméstica

Dias sucessivos e a criança sofria agressões na escola. Chegava junto aos familiares mostrando sinais de brigas e quedas. A genitora, apreensiva com ditas ocorrências, buscou o colégio visando esclarecimentos, a pedir explicações e providências:

- Três vezes seguidas ele chega de volta com hematomas e outras marcas. O que anda acontecendo na escola, professora? A gente confia o filho e se depara com essas situações desagradáveis. Paciência...

Diante da queixa e também preocupada com a repetição das hostilidades sofridas pelo menino, a titular da sala, atenciosa, considerou que os desentendimentos e as rixas que envolviam o aluno deviam-se à excessiva insistência dele provocar os colegas, aos gritos e mediante gestos de violência. Causava, com isso, respostas que vinham tirando a paz, nos dias recentes das aulas.

A mãe insistiu, no entanto, ainda que fosse ele o iniciador das brigas, que deveriam existir motivos para originar tanta desavença.
A professora, meio sem jeito, então acrescentou:

- Eu já procurei acalmar esses gestos grosseiros que o menino vem apresentando, mas ele responde que são esses os mesmos modos com que seu pai trata, em casa, sua mãe. Daí, mãe, venho achando dificuldades em modificar a maneira como se relaciona com os coleguinhas. 

Depois de ouvir as palavras sinceras da professora, cabisbaixa, querendo razões que justificassem uma resposta, todavia colhida de surpresa, a mãe só explicou:

- Não, não é bem assim – e saiu silenciosa.      

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