Ave lendária, que,
quando na idade do desaparecimento, levanta voo e busca lugar elevado, nos
picos das montanhas distantes, estabelece um pouso e inicia o processo de se entrega
aos desígnios do tempo.
Após viver os
estertores da morte, seus restos entram em combustão espontânea. Queimam até
restarem só as cinzas do corpo desfalecido.
Outro período depois,
qual semente que brota do chão, das cinzas da fênix surgirá pássaro novo, nova
fênix, que reviverá dos restos queimados. Renasce das cinzas, e crescerá na sua
rara beleza.
Civilizações remotas guardaram
esse mito nas histórias que preservaram. Chineses. Egípcios. Hindus. Persas. Há
notícias dele em eras milenares, com descrições pormenorizadas do porte e dos
costumes da espécie. Dizem os gregos clássicos que essa ave possui a força
suficiente de transportar consigo pesados fardos, até animais gigantescos, e
dispõe da força misteriosa de virar uma ave de fogo. Dura na faixa de
quinhentos anos, vestida em penas brilhantes, arroxeadas de vermelho dourado,
além de tons de azul e branco, no porte aproximado das maiores águias.
Através das avaliações
de quem pesquisa a mitologia dos povos, a fênix representaria no inconsciente
coletivo à alegoria do nascer e o pôr do Sol. Já estudos cristãos querem nela interpretar
a crucificação e a ressurreição de Jesus, na Palestina, que recebeu vida nova
em troca da que sacrificara no Calvário. Este o mito do eterno retorno, que
corresponde à perpetuação, à sensação da esperança em tudo, o que envolve e
conforta o transcorrer incessante da existência.
Heródoto, grego
considerado o primeiro a registrar acontecimentos da história, escreveu: Existe outro pássaro sagrado, também, cujo
nome fênix. Eu mesmo nunca o vi, apenas figuras dele. O pássaro raramente vem
ao Egito, uma vez a cada cinco séculos, como diz o povo de Heliópolis. É dito
que a fênix vem quando seu pai morre.
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