Somos amigos desde a
década de 60, no auge dos movimentos que convulsionaram a cultura mundial, época
da geração beat, hippies, rock, tropicalismo,
psicodelismo, de tantas outras manifestações e reviravoltas que resultariam em
profundas mudanças, que hoje empalideceram durante o atual momento da
civilização de massa.
Líamos autores quais Jean-Paul
Sartre, Hermann Hesse, Herbert Marcuse, Ray Brandbury, Erkine Caldwell, Louis Pauwels
& Jacques Bergier, nomes que marcaram nossa formação de andarilhos e
sonhadores. Viajamos nas asas da literatura de ficção, no cinema de autor e na
música pop, pelas estrelas que fizeram a cabeça dos revolucionários daquele
tempo de grandes definições. Adiante, os senhores hoje no poder ganhariam as
batalhas da dominação, mas a luta seguirá através dos arautos da arte que
insistem fomentar a Esperança.
Acompanhei o gosto de
Tiago Araripe pelo violão e presenciei suas primeiras experiências de
composição, algo nos moldes da criatividade diferente e rica que já observava
nos seus textos plásticos inovadores. É bom escritor, herdeiro de valiosos autores
das letras no Cariri, José de Figueiredo, o pai, e José de Figueiredo Filho.
Ainda na adolescência
nos aproximamos. Ele viveu em Recife, quando, com o grupo Nuvem 33, participou da
vanguarda artística pernambucana. Desde então, graças ao talento que bem lhe
caracteriza, Tiago vem marcando presença na música brasileira. Trinta anos após
sua participação no movimento Lira Paulistana e o lançamento de seu LP Cabelos de Sansão, o cantor e compositor
cearense lança neste início de 2013 o Baião
de Nós, um álbum que reúne composições feitas ao longo desse período e,
principalmente após o relançamento de Cabelos
de Sansão em CD, em 2008, pelo selo de Zeca Baleiro, o que o instigou a
voltar a compor. Baião, maracatu, reggae e rock se misturam em Baião de Nós, que traz onze composições
inéditas.
Lançado pela Candeeiro
Records, com produção e participação especial de Zeca Baleiro, Baião de Nós foi gravado com uma banda montada
especialmente para o projeto, formada por guitarra, baixo, bateria e percussão,
além de inserções de teclados e sopros.
A sua voz doce e suave, que um dia Augusto de
Campos comparou ao timbre dos trovadores provençais, é outra marca de Tiago
Araripe.
No dia 09 de março, ele
virá ao Cariri a fim de promover o lançamento do mais novo trabalho, através de
espetáculo ora em fase de montagem.
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