Imaginar viver hoje sem a televisão eis hipótese imprevista diante das normas atuais
do controle social, enquanto os humanoides avançaram na preservação da espécie
através dos elementos que criaram nas ruas e praças, a corrida esplendorosa da
sobrevivência. Correm, correm para chegar a lugar algum, nessa faina
incessante. Que outros meios, pois, haveria na igual finalidade de domar as
feras da selva de cimento e ferro decorrente não fossem os tais instrumentos de
administrações públicas em movimento?!
Ainda assim existem outros falares desse carma coletivo,
nomes cheios de outras interpretações. Indiferença, necessidade, desencanto.
Quando o tempo útil das pessoas se resume aos poucos anos da arrecadação dos
pecúlios que irão lhes garantir os derradeiros anos lá na idade provecta.
Enquanto as novas gerações pouco oferecem de criativo além de repercutir o
enredo nesse drama, isso denota mudança nas expectativas, de recriar a vida
noutro formato menos trágico, mais religioso, menos desesperador, nessa corrida
estoica dos dias melhores que nada serão senão ilusão, caso sigam na direção
grosseira de alimentar perdidas ausências dos valores da real prosperidade.
Há de haver esperança melhor, que desfrutar na prática
transformadora da existência dos seres neste chão. O mal-estar dessa
civilização desencantada tem, por isso, dias contados, fruto da saturação a que
se chegou, que estabelece feitos únicos de interpretações no processo desumano.
Viver a que destina ninguém quase sabe responder.
Atitude compatível ao grau do medo e da infelicidade servirá
de tratamento ao vírus de intranquilidade que assola as instituições. Cheias de
argumento derrotistas, apenas dão andamento ao paradoxo de falta de saída,
presas ao consumo exacerbado, ao lucro da ganância, encobertas as versões
falsas das respostas ao desafio coletivo. Rotundo limite já se desenha no sonho
das criaturas. A razão pede resposta compatível ao tamanho da dor que fincou
pés de raízes profundas no espaço de onde chegaria maturidade, hora estratégica
de vencer a tristeza. Algo nascerá em horizontes de festa na consciência
particular dos indivíduos, mergulho interior de largas proporções inevitáveis
de vitória certa.
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