Há inúmeras lendas que
correm chão contando de Jesus e dos ensinos que semeou mundo afora. Uma delas,
transmitida pelos dervixes, sábios do Oriente, fala de certa vez quando o
Divino Mestre caminhava próximo a Jerusalém, seguido por pessoas ainda envoltas
da cobiça, o interesse ganancioso pelas migalhas que caem das mesas dos
senhores.
Essas pessoas insistiram
para que lhes revelasse a palavra forte com que o Salvador levantara Lázaro da
sepultura. Mas Jesus evitava falar nisso. Giravam os assuntos em planos
diversos e, volta e meia, traziam à tona o mesmo tema, a Palavra que ressuscitava,
dita nas oportunidades de reatar os laços das vidas que se foram nos planos da
matéria.
O Mestre, no entanto,
conduzia falas do jeito de ensinar a libertar para sempre e não só durante
alguns passageiros anos os quais logo adiante se esfumam no correr das eras.
Os santos passos e a
conversação seguiam sem, contudo, quererem atender aos mais ambiciosos que
alimentavam o desejo da palavra santa, de trazer de novo os que a morte
produzisse. De tanto insistirem, Jesus resolveu permitir que soubessem do termo
que traz de volta os que morreram.

Na noite daquele dia,
dormiram sono solto. Cedo da manhã seguinte, organizaram bagagens, traçaram o
roteiro e seguiram viagem. Antes de esquentar o sol, trocavam opiniões quanto
ao segredo que haviam recebido. Quais previstos pelo assunto trazido, avistaram
uns restos de ossos espalhados nas areias ali perto. Viram, então, a ocasião indicada
para experimentar o poder da fórmula obtida com tanto empenho na véspera.
O primeiro deles chegou
junto dos restos do animal desaparecido e proferiu com força a Palavra maravilhosa.
Aos poucos, os ossos retomaram
à estrutura original do bicho, que recebeu carne, peles, garras e o restante
das partes que o compunham, naquilo reanimando fera agressiva e perigosa, que surpreendeu
o grupo e devorou a todos, lição exemplar.
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