domingo, 10 de fevereiro de 2013

Outros nomes da vaidade


Mágoas, ou melindres, as denominações que representam a clássica vaidade – expressões do mesmo tipo de sentimento negativo que só atrasa a evolução. Chegam cobertos de falsas razões, cercam os modos de comportamento e firmam pés na alma, quais protagonistas de dramas suburbanos, peças de preguiça moral que constrangem e machucam tantos.

A psicologia prática funciona assim quando mal utilizada, encharca de motivos inúteis o terreno da compreensão, observando a ação dos outros da humanidade, espécie de radar para fugir da raia das atitudes coerentes. Coleta aqueles pretextos de egoísmo e corre os corredores da existência, na intenção de fugir da evolução, querendo demorar no samba do erro. Com isso, atrasa a possibilidade do crescimento espiritual. Fica ali rondando cada passo no ponteiro das horas, séculos cobertos de argumentos esfarrapados para permanecer nos vícios.

As mágoas expelem o tóxico do orgulho, bucho inchado das lamas acumulados no medo de avançar os mistérios da perfeição. Operador da máquina individual, o ator permanece vítima de si próprio, guardando trunfos de ácidos corrosivos nos depósitos que serviriam ao desenvolvimento da personalidade, fossem melhor preenchidos.

Já os melindres expressam o instinto de conservação do que significa a importância criada na força do desejo de dominar. Ferido na autovalorização que produziu, o cidadão evita os acontecimentos, a real dimensão de si, atolado nos conceitos de imagens elaboradas longe da Verdade. Padece da enfermidade que inventou nas noites escuras do isolamento, qual rei sem coroa. Constrói a cama da solidão e nela deita, feito soberano de mundos imaginários, porém conquistados na alienação.

Ah, quanta valia jogada nas latas do lixo, tempos preciosos largados longe da construção essencial da Felicidade. Pobres melindrosos, magoados nas arestas da ilusão, vítimas do comodismo, presas da estagnação...

Todos possuem o peso certo de perfeição, sim, pois mais tarde ou mais cedo podem chegar na transformação principal, no entanto longe das balanças dos egos ambulantes que repassam tais respostas erradas, mágoas e melindres. Há descobertas justas aos desafios, sem esses enganchos. Só levantar os olhos da consciência e obter ganhos de luz que clareiam no horizonte o Infinito.  

Um comentário:

  1. Perfeito! Amigo Emerson Monteiro,

    ... Pois, mesmo que existam fatos concretos ... temos que enxergar com os olhos da Benevolência, Indulgência e Perdão (BIP) visando ver o essencial, e não apenas os detalhes, muitas vezes irrelevantes ... Na maioria das vezes, querendo justificar o que já estamos decididos no nosso cinzento pensamento, e queremos apenas uma desculpa/saída para nos aliviar ...
    ... Humildade e Caridade (BIP) são os verdadeiros antídotos para nos livrar dessas armadilhas e seguirmos num caminho mais iluminado ..."

    Um abraço fraternal,

    Carlos Marcel.

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