quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Transcendência

Nas batalhas entre exércitos que combatem, no campo de manobras resta margem de respiração, no meio dos dois territórios. Aquela faixa recebe o nome de Terra de Ninguém. Zona intermediária por demais importante, exige de ambos os lados condições mínimas de respeito, a título da segurança das tropas. 

Assim, nos humanos. De um aspecto, o mundo ilusório. Do outro, a transcendência do Ser. Qual fruto em fase de amadurecimento, a existência permanece o tempo inevitável de, um dia, cruzar fronteiras e unir a divisão dos dois eus na fase de elaborar o sonho da Salvação. 

Presos ao Chão daqui, estamos nessa época de vencer as terras de ninguém e desvendar os bosques da libertação na individualidade. Disso, a busca da Luz da espiritualidade. Largar os apegos da matéria e conduzir o barco aos oceanos do Infinito, razões principais da Consciência. Permitir ao barco do Ser navegar as águas da Perfeição.

Nessa epopeia da realização, o trilho há de iluminar a alma da gente. Primeiro, saber disso. Desvendar o primor da possibilidade. Admitir o senso da procura e caminhar rumo de sua concretização. Trabalhar em si os meios de querer e dar os primeiros passos. Exercitar o conhecimento através dos meandros por vezes escuros daquela zona de luta de nós conosco próprios. 

Transcender, eis o nome que resume as ações de vencer montanhas e precipícios da zona desmilitarizada dentro do campo de batalha que somos nós. Converter a permanência em impermanência e deixar margem a transpor o espaço das contradições, até revelar ao ser interior o mistério da superação. Isto bem significa o transcorrer da busca imortal.

Ausentes disso, dessa condição determinada nas leis eternas, fora daquele território neutro, antes só impera a inexistência, as cavernas da ilusão. Requer, por isso, a coragem vencer fronteiras nos céus e chegar aos braços eternos do Amor, fonte da Vida. 

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