segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Razões da existência

Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito.                                                                                                                                                                                    Shakespeare 

Reunir forças suficientes de manter a calma face aos desafios. Estabelecer metas claras de aonde chegar diante dos embates. Desenvolver disposição necessária ao prosseguimento dos dias, nas determinações do tempo. Lembro-me de uma peça que, certa vez, assisti no Teatro Vila Velha, em Salvador, cujo título, O que mantém o homem vivo, indicava essa busca incessante da sustentação diante dos passos seguintes da existência. Quais meios utilizar no sentido de achar as respostas perante circunstâncias nem sempre favoráveis de viver, e sobreviver.

Eterno ir e vir representa, pois, a humana situação. Selecionamos, assim, escolhas e tocamos em frente o comboio de nós mesmos. Nalgumas horas, forçamos a marcha e superamos obstáculos. Noutras, sujeitamos o instinto à paciência e revelamos conhecimentos que jamais imagináramos possuir. Há de viver e descobrir o jeito justo de ser feliz. 

Que respostas oferecer aos trilhos das nossas histórias, eis o resumo dos muitos espetáculos a representar, neste palco da existência. Ninguém abandona o próprio barco ao léu. São as vivências guardadas e práticas constantes que somam a realidade nisso, e impõem leis que ensinam e exigem nossas reservas físicas e morais, no dever de caminhar. Quando alguém adquire métodos ideais, vem logo a seguir o instante de regressar rumo ao desconhecido donde viera.

Qual modelo pessoal, vimos criando nossos rebanhos de experiências e demonstrando o quanto aprendemos, nessa escola incessante. Quais professores e alunos, agimos e aprendemos no espelho das nossas ações, no fim de orientar à gente mesma. Ninguém foge da pretensa liberdade no agir, mas quantos quebram a cara porém ajeitam de continuar, sempre oferecendo razões que acalmem o gosto de viver. 

Portanto, a arte de resistir e vencer significa essa ciência principal que explicaria existir. Aqueles que desistem, desaparecem com mais rapidez e facilidade. Independente do nosso prazer e bem estar, resta-nos obedecer às condições inevitáveis que defrontamos, isso por norma de meridiana sabedoria. Continuar... Continuar... 

Um comentário:

  1. Na maioria das vezes quase nada podemos fazer a respeito de como nos sentimos. Sentimos, amamos, sofremos e ficamos por aí mesmo. Nada podemos fazer apenas sentir. Somente. É assim comigo.gostaria de gritar bem alto, bem alto, mas não posso...não devo...

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