quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Contagem regressiva

O pulsar do coração das interrogações, parecido com esses quadros de televisão dos se vira nos 30, aqui nos vemos a fim de responder qual o sentido disso tudo em que formulamos a própria história. Pergunta gigante crepita no espaço entre o prazer e a consciência. Nem adiante gemer alto, porquanto quem escuta também participava do jogo. Nem correr na frente, pois sujeita chegar mais cedo no limite da resistência e não responder o enigma fatal. Todos temos seu jeito de fugir, poucos de aceitar o desafio. Dizem os santos das ruas que malandro demais atrapalha. Temos, porém, esse motivo forte de alegria, achar a razão de estar aqui circulando nas paredes deste chão sem paredes do Infinito, e desvendar o mistério de nós mesmos, oferecer as opções corretas de existir, chova ou faça sol.

Uns apostam nas escolhas e se jogam de cabeça no precipício da lida. Outros, entretanto, reclamam de dar notícias. Apontam de tudo quais razões de impossibilidades, no entanto se arrastam no intuito de aprender o sentido de haver chegado aqui, participar do regimento e, lá um dia, regressar aos páramos celestiais de alma lavada. Nisso, o bobo coração prossegue marcando os passos da contagem de regresso. Dos lados, pássaros cantam, sóis nascem, estrelas brilham e haja necessidades que justifiquem o direito de tocar adiante o rebanho dos humanos. Indivíduo a indivíduo, numa permanência curta ou longa, seguem os contingentes das eras.

Descobrir, pois, o justo peso da gente merecer tais oportunidades traz um charme de não ter tamanho. Quantos perguntam quem permite a chance de aprimorar o conhecimento e abrir as portas da felicidade, causa primeira de todas as ações pessoais. Dia menos dia, risca no mar das existências o eletrocardiograma das virtudes. Preciso seja determinar, pois, a ordem no meio das horas intermitentes. Trabalhar o segredo que mora dentro do peito. Livres de angústias e desesperos, que sejamos bem felizes agora e sempre.

(Ilustração: A tentação de Santo Antônio, Salvador Dali).

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