segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Horácio de Matos

À época heroica da Revolução de 30, as tropas vitoriosas dominavam passo a passo os rincões do Brasil e chegavam à Chapada Diamantina, onde confrontariam coronéis de jagunços armados até os dentes, nisto a prevalecer interesses da ordem antiga dos feudos, sem margem de pacificação. O mais importante dos caudilhos, Horácio de Matos, plenipotenciário e senhor de baraço e cutelo, absoluto das Lavras da Diamantina até as margens do Rio São Francisco, afrontara e vencera a Coluna Prestes, nos idos de 1926, à frente do pelotão denominado Batalhão Patriótico Chapada Diamantina, a pedido do então Governo Federal.


Assim, diante das sucessivas conquistas da Revolução, que na Bahia era coordenada por Juracy Magalhães, tratativas seriam desenvolvidas no sentido de que recolhessem armamentos e admitissem o novo poder.

De início e face ao que lhe solicitara o governo derrotado, Horácio de Matos ainda mobilizaria suas tropas em prol dos legalistas, porém conteria os ânimos e iniciaria negociações de rendição, no que, em confiança ao pacto de anistia oferecido pelos getulistas, incentivou os demais coronéis e jagunços a depor as armas, admitir o comando de Magalhães, e incólumes restariam sob a guarda dos vitoriosos. 

Mas qual o quê! Mesmo de tal modo seriam aprisionados sem dó nem piedade. Preso pelo tenente Hamilton Pompa, Horácio de Matos é transferido a Salvador, contrariando tudo quando ficara estabelecido. Nenhuma resistência ocorreria mais, porquanto as armas e munições dos jagunços já estavam apreendidas e a região tomada de soldados. E sob o esforço das forças conservadoras, Horácio de Queiroz Matos obteria liberdade condicional, ficando, no entanto, proibido de sair da Capital baiana. Em 1931, ano seguinte, seria assassinado quando andava ao lado de sua filha mais velha pelas ruas de Salvador. Deixava, contudo, forte legenda na história do interior nordestino devido a liderança e disposição de luta que demonstrara durante toda existência.

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