quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Empresa Gráfica Ltda.

Dela hoje só restam as paredes externas que dão à Rua Dom Quintino, vizinhas da Capela do Colégio Santa Teresa, defronte ao Palácio do Bispo, em Crato. Mas dos fins da década de 60 até os anos 80, fora ponto importante de produção dos serviços gráficos da Região e oficinas do jornal A Ação, da Diocese do Crato. Ali formamos a nova equipe do semanário que inovaria a linguagem do jornalismo caririense de 1966 a 1968, aos moldes do boom mundial que significou a transformação da ordem antiga nos moldes contemporâneos desta Era Eletrônica.

Lembramos o parque gráfico e seus fieis empregados. As máquinas vieram da Alemanha, doadas pelo Miserior, programa dos católicos em favor dos países em desenvolvimento, obtidas pelos esforços de DomVicente Araújo Matos, bispo de largos serviços prestados à Igreja nas terras cearenses.

Eram duas linotipos operadas por Sebastião e Ferreira e as coleções de tipos móveis operadas por Chiquinho, Seu Chico, Carmélio e Clen, este que também operava a rotativa onde eram confeccionado o jornal e, nos intervalos, livros de autores regionais. Na administração, funcionavam Padre Honor e José Matos, sobrinho de Dom Vicente. 

A redação do jornal era formada por Huberto Cabral, Antônio Vicelmo, Pedro Antônio, Armando Rafael e eu, secundados pelos colunistas Orlando Moura, Aglézio de Brito, Wilson Duarte e, mais adiante, depois do trágico desaparecimento de Orlando, por Nilo Sérgio, o seu substituto na coluna social.

Uma festa a Empresa Gráfica. Ali passaram dezenas de conhecidos ligados à intelectualidade cratense, bem como vinculados à cúpula da Igreja em Crato, dentre esses Padre Edmilson Macedo e Padre Gonçalo, gerente da Rádio Educadora do Cariri, eles também vinculados à comunicação eclesiástica. 

Quisesse alguém acompanhar o dia a dia noticioso, ouvisse um pouco as conversas que circulavam no lugar, foco de convergência de tudo que ocorresse no mundo inteiro.

Os tempos, no entanto, movimentaram as engrenagens e tudo muda a todo instante. Assim desapareceriam das nossas lendas urbanas aquela mídia impressa, gravada com saudade nas páginas da memória dos que a conheceram de perto. 

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