segunda-feira, 2 de julho de 2012

Cultura de massa


As produções de cultura através dos meios de comunicação de massa revelam o quanto as máquinas dominaram os seres humanos, ofertando enlatados aos turbilhões, invés de bens de consciência. Prova disso, as tevês por assinatura e seus pacotes indiscriminados. Os livros iguais, nas bancas e livrarias. As mesmas revistas velhas, enfileiradas nos mercantis. Telespectador virou peça de reposição do sistema, triturador de lixo industrial e engolidor de sucata.

Correr, correr apressado até chegar para receber a tal dose módica do que enfiam de buraco adentro, custo dos ganhos lutados dessa gente, isso pede estudos acadêmicos e reavaliação de onde chegou o trem da história intelectual da civilização empacotada. 

Antes havia sedimentação das tradições da arte, do pensamento, no decorrer dos séculos eternos. Povos guardavam frutos decantados milênios a fio em forma de linguagem, filosofia, pintura, escultura, teatro, dança, literatura. A oralidade mesma preservou quase tudo que hoje existe de conteúdo na vida cultural dos lugares e museus.

Depois, o mercantilismo avançou mundo afora, primeiro em navios a vela, secundados pelos submarinos atômicos. Veio a Revolução Industrial. Os imperialismos inglês, francês, holandês, alemão, russo, americano. As Grandes Guerras. Essa fome de mercados transformou a face do mundo e a cabeça das pessoas nos estádios. A Era do Consumo expandiu força no trilho dos costumes e as linhas de produção das fábricas não esfriaram mais. Ganhar para viver; viver para consumir; consumir para permanecer igual. Quando alguém vê diferente dos outros, fica logo de fora dos códigos e some alienado goela abaixo pelas entranhas da Besta.

Eterno drama abrir as cortinas dos palcos a qualquer um desses atores. Que dose diária de embriaguez solicitar nos balcões dos bares antes de dormir a solidão estropiada? A massa de restos das mesas dos estrangeiros, sem qualidade ou sentido, abobalha as juventudes, nos países dos outros mundos distantes, sem chance de vencer a corrida do ouro.

Dizem que sempre aconteceu assim, feras famintas e busca de alimento, nas selvas sombrias deste chão. No entanto sonhar exige imaginação, liberdade e vontade, à cata dos segredos das possibilidades; olhar lá longe e trabalhar alternativas aos novos passos, enquanto vida viver, ensinam os credos da consciência, nas artes verdadeiras.  

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