O filósofo alemão
Friedrich Nietzsche define o escravo como um
ser que não pode dispor de si mesmo e que não tem lazer. E ainda acrescenta
que isto não chega a ser algo realmente
desprezível; talvez haja muito dessa escravidão em cada um de nós, segundo as
condições de nossa atividade e ordem social, que são radicalmente diferentes
daquelas dos antigos.
Nessa hora, lembrei os
eleitores modernos que, por ambição das posses materiais, ou pela ausência dos
bons costumes no exercício da ação pública de escolher os representantes da
sociedade, se deixam seduzir por causas só pessoais, interesses individuais,
ignorantes da riqueza efetiva do direito ao voto. Abrem a guarda diante dos
acenos de candidatos mercenários e esquecem, ingênuos, as raras chances que lhes
renovariam em muito as possibilidades coletivas das melhores escolhas.
Resultados disso,
consequências preciosas do sufrágio universal escorrem no ralo da
inconveniência, ocasionando, de comum, a perpetuação da escravidão típica dos
povos em formação, primitivos de mentalidade, em petição dos bons quadrantes da
política. O dom favorável dessas conquistas históricas some qual nunca houvesse
existindo em tempo algum.
Nos registros históricos
das democracias, quais repetidos equívocos de inoperância, sociedades inteiras permaneceram
atoladas nos marasmo das más escolhas, meios desperdiçados na hora de urnas
infelizes. Não obtêm, com isso, a maturidade indispensável para a libertação
social.
A autodeterminação dos
instrumentos conquistados ao longo do tempo deixa, portanto, de surtir legítimos
efeitos e o cidadão permanece a quilômetros de selecionar com justiça e
sapiência as justas e imprescindíveis lideranças. Noutras palavras, perpetuam a
escravidão dos povos submetidos à ignorância, abandonando a via do voto na mão dos
espertos. Seriam, assim, escravos pela própria inconsciência na face dos meios urgentes
da democracia.
Ditas populações permanecem
longe de mitigar a sede libertária, de costas aos reais benefícios dessas
oportunidades perdidas, vítimas que foram nos turnos eleitorais.
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