domingo, 7 de dezembro de 2025

Realidade além dos pensamentos

 

Rios e rios de ilusão antecedem, pois, a natureza das existências. Enchem de farpas os destinos e os mantêm sob controle dalgum significado só parcial. Superpõem possibilidades outras que não a verdade derradeira do Ser. Tais frases de impressionismo dissimulador, dominam entes e ocorrências naquilo denominadas percepções imediatas, prazeres fugidios. Assim, quais senhores de sistema adverso à evolução, entes transitam soltos no meio dos humanos. Fazem deles instrumentos de jogo imaginário a que definem realidade sem o sentido no que de real signifique.

Nisto, protagonistas desse dogma na forma de desafio, os pensamentos funcionam quais espelhos, a fomentar submissão aos padrões ali estabelecidos. Imitam o querer próprio, contudo submissos ao mistério do desconhecido. Vivem, porejam, padecem, arrastam consigo o tesouro dalgum dia da pura libertação do que seja estar aqui. Mesmo que dotados de liberdade, apenas farejam o encontro, sementes doutras árvores guardadas em si em potencial.  

Heróis da sorte parcial, viajam pelas eternidades quais alimento dos deuses, ficções de sonhos imaginários. Tecem longos trechos de realidades aparentes enquanto decifram os caminhos da revelação. Nesse curso inevitável, fomentam o desejo da plenitude. Superpõem fantasias ao princípio absoluto que lhes transitam e de onde procedem. São caminhantes ocultos da consciência em andamento. Deles os mundos e os tempos se veem dotados, pigmentos de um painel infinito a criar emoções e contar suas antigas epopeias ao correr dos séculos, até então.

Valem de rascunho daquilo em formação. Percorrem o largo das criaturas a viver as vidas em sucessivas miragens. Repassam esse jeito adverso de tocar os sensos, porém na forma de artimanhas fictícias. Exaltam méritos artificiais. Isso o que os espaços do Chão definem de verdade e qualidades, embora não sejam, desse modo; apenas trastes e expectativas.

Lá dentro do tesouro das existências, transpostas as crostas do abominável, dali nascem as flores. Mineram o sol da transcendência no mar dos significados definitivos.

(Ilustração: Sessão de jazz).

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