terça-feira, 16 de dezembro de 2025

As entrelinhas do Destino


Falas sem conta preenchem o teto das alturas. Lá desde longe aparecem os limites, no entanto. Quais olhos abertos dalgum ser, vemos circular, no verso das criaturas, esse desejo enorme de compreender o rastro de quem anda pelo mundo. São espectros tangidos num tropel de quantas raças. Animais acesos nas fogueiras das consequências, avaliam as chances de liberdade, contudo meros autores de si mesmos.

Bem que se ouve os acordes vários das sinfonias mais distantes. Daí, versões do que pudesse acontecer a qualquer momento, nisso desfilam infinitos pelas bordas da imaginação. Vadios, soltos nos gestos, visões mergulham na essência dos objetos, perdas incontáveis dos dias e das noites, suaves atitudes na forma de criaturas. Conquanto digam as palavras, luzes que rasgam os céus nas histórias em profusão.

Eles vislumbram, pois, os gestos em volta e deixam que seja assim o trilho que percorre a floresta antiga de lendas e fantasias. Sabem, portanto, de onde nascem os credos, alimento dos deuses. Sustentam normas sucessivas de longas viagens nos quadrados abertos à frente. Querem agir, afirmar o roteiro dos contentes, outrossim cercados das vestes já rotas, muitos em nuvens de calor intenso nestas tardes sem fim.

Houvesse verdades esquecidas, ali satisfariam o senso desses vilarejos da própria consciência. Juízos gastos, mãos entontecidas, sabores até então desconhecidos, querem cumprir de algum modo o ofício de sobreviver a tudo e todos. Vislumbram, sim, as perspectivas que lhes restam, e sorriem de contentes em face do mistério que compõe os corações. Mapas esquisitos perduram a duras penas pelo íntimo das virtudes. Passados foram essas chances do inesperado onde trituram rochedos imensos nos braços que compõe o painel dos sóis abertos.

Sobretudo pensamentos insistem nutrir a beleza das flores que colorem os sentimentos. Superpõem de certezas o barco, nas marés dentro de roteiros até então definitivos, e aceitam de bom grado as servidões a que devem obedecer.

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