sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Desde quando tudo aconteceu


Teto das alturas, e um mundo aos próprios pés. Espaço intermediário entre sonhar e existir, pelas folhas do Tempo, todos eles percorrem o imediato, ainda sob o crivo de um líquido desconhecido que nascem das primeiras flores. E fugir de volta aos lugares de longe, às madrugadas, ao silêncio das ruas desertas. Histórias mil a ser contadas. Uma geração inteira a contornar de saudade aquilo tudo, e reviver as agruras de inteira solidão agora presente.

Pudessem haver anotado o quando disto acontecer, quase que o silvo das cigarras faria sentido de tudo querendo viver nas horas extremas os espetáculos de então visitados. Espécie de abstração do que nunca se dera, assim sobrevivem multidões inteiras, largando pelos universos a impressão de valores, desejos e dúvidas. Nisso, recolhem as normas do primeiro amanhecer, depois de passarem séculos inteiros de escuridão.

Quaisquer impulsos e, de novo, a memória surpreende novas revelações, deixando ao vazio pura intenção de continuar aqui e permitir que palavras falem, invés dos gestos até agora adormecidos em saudade. Senhores, portanto, de preservar o panorama das quantas histórias guardadas no firmamento, resistem a custo ao furor do inexistente. Bem isto, das lembranças dos tantos heróis, ídolos de horas afetuosas espalhas pelos campos, ideias e certezas expostas ao relento de épocas férvidas, colossos do coração.

Crer-se ficarem certas verdades escondidas nesse inverno de consciências. Nas músicas, nos livros, nas festas apagadas, circunstâncias dos dias numa só paisagem indomável de circunstâncias inscritas nas antigas paredes da existência. Num abrir e fechar de olhos, qual contornar o esquecimento, agora refazem o percurso lá dentro das vidas e alimentam de tudo o sentimento de eternidade há tempos, na alma dos tais protagonistas. Habitantes, por isso, do vasto continente desses fulgores, ora contêm de sempre a vontade ferrenha de estar onde estejam, sem, no entanto, abandonar os amores de antes. Acreditar no gesto das convicções, pois, e reunir em único ser a voz plena dos melhores momentos vividos.

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