Seres que tais, visagens soltas em mundos desconhecidos, padecem qual tempo desta fome das horas. Sei que vivem aventureiros, porém submissos por demais ao inesperado. Vagam feitos galáxias sem fim das memórias guardadas consigo dos transes outros deixados lá no íntimo do passado. Andam cadenciados pelos campos, olhos fixos do Infinito que devora sem razão aparente. Esperam, contudo, existir nalgum dia, senhores das floresta imaginárias que lhes percorrem sem cessar os escombros. Transitam, que conheço, nesse mar de tantas aves, tantas nuvens, nem de si reconhecendo, no entanto, o motivo original de todas as letras.
Bem esse retrato fiel do anonimado das muitas criaturas em volta de imensas fogueiras de sentimentos onde existem. Vislumbram tratar do instinto e padecem dos arrependimentos. Sobrevivem a troco de, lá num momento distante, refazer os percursos de sonhar nas noites felizes.
Mas o que nos compete será sempre distinguir entre agir e aceitar as consequências. Saber-se autor dos próprios destinos. Saborear das cores a pureza do firmamento. Pisar nos astros e aceitar as luzes dos objetos de que fazem parte inestimável.
Livres, libertos, se não de si, dos gestos da imensidão enigmática. Lapidar das palavras os argumentos, no fervor das dúvidas. Eles, parágrafos inteiros cheios de ânsias e virtudes, histórias e aventuras errantes lá do mesmo coração, constroem os monumentos das civilizações e habitam esse universo inteiro da beleza em forma de desejos, e recebem de bom trado os frutos das contingências do quanto buscam. Independentes, pois, do que sejam, só em continuar adquirem o senso da História e voltam a viver, de novo, consigo pelas malhas do mistério donde vieram.
Nisso, agem sem medidas aos trâmites do Destino e gozam da beatitude trazida lá de dentro, das malhas sombrias dessas visões até então feitas de esperança e fé.

Nenhum comentário:
Postar um comentário