Ser-se quais testemunhas do que viveu, isto resume o transe de experimentar sabores, situações, estradas, ruas, num perpetuar ilimitado pelos séculos. Tocar as paredes da presença e conversar nas imagens, cores, falas, entre histórias que repetem as cenas mais antigas de uma peça monumental. Revisitar trechos da consciência ali mantidos nesses territórios de tudo, feitos seres vivos também. De comum, são eles que existem, esses momentos, não as criaturas em volta. Sustentam emoções, reações, sentimentos, desejos, pensamentos, numa horda inesperada dessas trilhas, conservados a ferro e fogo no íntimo. Enquanto isso, estão ali escondidas as histórias preservadas no metal das horas, a fervilhar quando menos se espera; chegam fácil e impõem condições. Sem avisar, descrevem, narram, o que antes aconteceu, tais acordes e pessoas. Decantam mil fragmentos daquelas ocasiões. Nalgumas vezes, quais algozes. Noutras, a título de incentivo e gratificação.
Isso que chamam de memórias; significam preservar, a todo custo, os destinos, e alimentam as consequências de haver sido daquele jeito. Assim, de dentro dessa cápsula do ser que o somos, nas suas paredes incontáveis, ficam estabelecidas as cenas dos tais filmes da gente em forma de sentimentos e resposta do feito e vivido, normas da causalidade. Espécies, pois, de alimento desse caudal intransferível, tocam adiante o princípio das certezas e a manutenção dos resultados.
Em dizer tudo, há, de certeza, a preservação do sentido através desses fragmentos espalhados fora e dentro, e conservados em si. Tetos do instinto definitivo doutras sequências, instigam mares sem fim de tantas verdades; deixam nítido o entrosamento de tempo e espaço, por meio dos viventes e da realidade que existe. A bem dizer, nisto a única existência feita de blocos soltados pelas consciências em movimento e ao bel prazer individual.
Destarte, sempre a conter na percepção o nexo de reinterpretar, estes protagonistas e autores das vidas sucedem o Infinito, largando desperta a razão do quanto houve, suspensos a meio mastro nos céus. Valores inestimáveis, assistem dos frutos as sementes do que virá logo em seguida.
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