Às vezes, me pergunto que sentido há em tudo, a que esse tudo propõe diante da eternidade das existências. Isso que representa a justificativa dos elementos em ação, a causa do movimento intermitente de estarmos aqui, enfim. Isto de que o juízo reclama de explicação. O princípio e o fim, sequência natural de acontecimentos. Espécie de tambor incansável ressoa no coração; no cérebro, circuitos elétricos de corrente contínua registram, sem cessar, o conhecimento; pensamentos persistem resistentes na visão cinematográfica a que, por certo, existem e existimos, dentro e fora do mistério das formas e cores, sombra e luz; o porquê e o por quê dessas funções nas quais somos atores, aprendizes e expectadores...
Espécies que se alimentam do próprio voo, tangemos passos nessa estrada feitos rebanhos que assim o seremos, de uma só família, talvez inocentes, insistentes, fieis de credos mil, no entanto aqui, olhos postos na cena posterior, incansáveis e uteis de realizações que somem à medida de um tempo que nunca passa e nunca para de passar.
Nisso, a força inevitável deste poder sem par que sustenta os barrancos do firmamento, damos nosso jeito de aguardar sempre a alegria de estar vivos na próxima cena imaginária. Buscamos inevitavelmente ser felizes, pois alimentamos o desejo mais forte do sucesso naquilo que queremos e sonhamos do melhor a todo instante. Máquinas exóticas de uma criação sofisticada, tocamos em frente essa história da qual fazemos parte, todavia artesões de tapetes silenciosos ainda longe de conhecermos suas reais finalidades, nestes céus ilimitados.
Barcos livres na correnteza da sorte, abraçamos as horas e nos acreditamos autores de nossos próprios destinos. Ah, esquecemos o desconhecido que rege a orquestra que trazemos guardado nalgum lugar de nós mesmos o sol, anônimos personagens de nossos dias de viver, conviver com isso que agora bem representa o que caberia exercer sob o manto deste Ser que tece harmonioso seu segredo e avalia os resultados do que fazemos de nossas almas livres, na peleja inevitável de um dia despertar noutro universo de absoluta perfeição.
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