Isso de procurar um sentido em tudo ocasiona algumas considerações de ordem geral. A que estamos aqui?, por exemplo, tese desde sempre que não muda de interrogar os elementos. Com que motivo viver. Haja propostas vindas dos diferentes povos. Enquanto isto, a história segue, largando na estrada definições, conceitos e vontade imensa de achar uma resposta coerente. Às vezes se chega mais próximo, no entanto persistem as interrogações mundo afora. São filosofias, psicologias, pesquisas, experiências, religiões, ideologias, todas na coragem de demonstrar a essência de tudo quanto, porém restritos aos limites do Chão, da fria matéria.
A que considerar, contudo, que existem razões fortes de
encontrar a resposta definitiva à proposta do Universo às nossas mãos. Espécie
de constante desespero alimenta a ânsia de encontrar a porta que reúna os indícios
de uma vida posterior a esta que tem seus dias contados. Espécie de medo,
misturado a culpa de tantos desencontros pela vida, vaga no espaço das
gerações. Nisto, vazio profundo alimenta o itinerário dos humanos.
Dentre as percepções possíveis, ninguém há de questionar a
fixação das civilizações aos valores materiais. Apego excessivo aos bens e aos
prazeres caracteriza os dias de muitos, sem quaisquer lembranças doutra
alternativa de existir se não desfrutar do imediato. Isso produz os seres que
somos, restritos a interesses só pessoais.
Na verdade, quais certezas que temos de uma vida posterior a
esta? Que fazer doutro modo que não seja enterrar a cabeça na areia e entregar
o corpo de volta à Natureza? Eis a tábula rasa da existência, todavia restrita
à pequenez da mentalidade que rege o mundo. Já passaram longos invernos de
conquistas do fraco pelo forte, durante tantas vidas e ainda buscamos responder
à questão principal do que estamos fazendo neste pedaço de mundo.
Bom, dentro de cada um persistirá, pois, esse desejo de
acalmar a vertigem de viver e sumir como por encanto nas curvas de depois e
encontrar a paz do coração que revelará o mistério de tudo isto, às portas de
imensidão que o Amor nos oferecerá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário