Do céu, do mar, do ar, de algum lugar do Universo, quem sabe? De fora, de dentro de nós mesmos, do pensamento, do sentimento, dos instantes da alma, do dia, da noite... Sim, de onde ele vem que chega com tamanha intensidade aos sons distantes e instrumentos profundos, luares e cigarras em coro. Galos, águas que gorgolejam nas fontes, só isto e nada mais, de perto, ou no infinito das horas, dos astros, de tudo. Afinal, de onde vem o amor que a gente sente? Se é que a gente sente, se sente.
Disso que há em toda certeza, místicos falam, músicos cantam, pássaros trinam, flores perfumam, esse e desse amor divino, a raiz invisível de tudo quanto existe ou existirá. Ali aonde habita luz que invade os mosteiros, as praças, os sóis dos firmamentos possíveis e imagináveis. Bem no âmago das essências, lá no eixo das plenitudes, no solo das esperanças, nesse ponto persiste a vontade soberana que a tudo agrega e configura, seja no seio da razão à luz da compreensão, seja nos campos de batalhas insanas, norte das ausências, pouso dourado das constâncias, firmes, fixam seus braços na estrutura do Sol.
Mas... por que, no entanto, saber disso, se amar só se aprende amando?! Viver, vivendo; sonhar, sonhando... Contudo gestos vagueiam livres nos mares desertos, onde pessoas silenciosas deslizam pelas ondas sem guardar o sentido das lonjuras e insistir bater nas portas imensas do sem-fim. Quais andarilhos de sortes impossíveis, os tais gestos soltos mergulham a imensidão e alimentam desejos de paz na fresta estreita das consciências adormecidas. Querem descobrir razões e mistérios, e aguardam de olhos fechados a iluminação do eterno; entretanto às vezes cheios de atitudes contraditórias, conquanto quem ama faz a própria estrada e transmite força e verdade. Sobrou disso mera descrição da existência real do Amor que cresce no íntimo dos corações em festa.
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