Esta zona geográfica do Cariri cearense bem que tem merecido os cuidados da historiografia brasileira. Desde o século XIX, brilhantes pesquisadores dedicam estudos aos acontecimentos regionais, a exemplo de João Brígido, Irineu Pinheiro, Padre Antônio Gomes, Figueiredo Filho, Otacílio Macêdo, Joaryvar Macedo, dentre outros não menos valiosos e dedicados, os quais marcam sobremodo uma catalogação criteriosa dos eventos desta parte de mundo. A capitanear, na atualidade, o registro dessas ações da História da região caririense, existe o sexagenário Instituto Cultural do Cariri, órgão editor da revista Itaytera, considerada repositório que preserva a antropologia, a historiografia e a literatura autóctones, isso a partir da década de 50 do século que passou.
Já agora, em volta do ICC, ressurge nova geração de esmerados historiógrafos, sucedâneos daqueles que iniciaram a preservação desses registros históricos. Vêm se destacando nessas ações, com artigos e livros, Heitor Feitosa, Roberto Junior, Armando Rafael, José Flávio Vieira, Cristina Couto, Dimas Macedo, João Calixto Junior, Jorge Emicles Paes Barreto, Rejane Augusto, jovens de exímia pena e olhos atentos aos mínimos detalhes, além de investigadores eméritos dos documentos originais que testificam o desenrolar de tantos e importantes feitos das gentes em nosso território desde suas origens.
A propósito, está em minhas mãos, recém lançado, o livro Algumas reminiscências do Cariri, da autoria de Armando Rafael, edição A Província, Crato, Ceará, 2020, sobre o qual nos propomos tecer aqui algum comentário. Trata-se de compêndio imprescindível a quem deseje mergulhar nos vários episódios dos tempos históricos, desde a Revolução Republicana de 1817, perante a participação efetiva de alguns dos seus personagem mais destacados, tais o Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro e o caudilho Joaquim Pinto Madeira, além do enfoque de outros nomes que também gravitam em torno deste interior, Dr. Leandro Bezerra Monteiro, o varão católico; Dom Francisco de Assis Pires, segundo bispo da Diocese do Crato; e Dom Newton Holanda Gurgel.
A qualidade literária do que produz Armando Lopes Rafael merece destaque, assim como o seu talento na abordagem dos estudos históricos, indo a mínimos aspectos naquilo que investiga, gerando uma produção ao nível do que existe de melhor nas nossas letras. Só tenho, pois, a título desta oportunidade, que louvar o mérito cultural caririense de contar tantos e tão bons autores nas suas letras.
A Região do Cariri é rica em meio ambiente, historias, lendas, símbolos e escritores, somos sem sombra de dúvidas a reserva cultural do Ceará. Desejo e vou lutar para que o Brasil reconheça nossa importância na historiografia nacional. Parabéns pelo artigo.
ResponderExcluirMuito bem, Emerson, pelo histórico reportado, bem como pelo merecido destaque do trabalho Algumas reminiscências do Cariri do amigo historiador Armando Rafael, que tive o prazer de ter lido com sabor os dados por ele recolhidos e interpretados de maneira convidativa. Obrigado. Um abraço.
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