segunda-feira, 9 de julho de 2018

A essência do Ser

O encontro de si mesmo revelará quanto existe de Deus em tudo, na Natureza. Além das constituições humanas, no plano da liberdade do que existe bem ali habita vivo o reino que plenifica e conduz os acontecimentos dos quais somos testemunhas e atores. A nau que permitirá de isso vir à tona e plenificar a essência do Ser persiste em nós a cada passo, no Espírito que o somos. Portal de libertação, de salvação da voragem da matéria, máquina de cria e descriar, a matéria oferece os meios de revelar este poder infinito também permitido aos seres através dos humanos. 

Desde sempre que buscam a luz nos elementos onde imperam pela vontade. Eles compõem o quadro no que se veem inseridos e em movimento ascendente. Apenas, pois, de usar os instrumentos que vibram ao seu dispor, nisso realizará o senso do perfeito possui na concepção em que moureja e sonha. Requer atitude positiva, ação efetiva de marcar sua presença face aos tantos valores da própria alma, fruto da lama com que foi criado.

O efeito dessa busca incessante, que é a vida verdadeira, resultará, lá um dia, no transcorrer das eras e providências, naquilo que de tanto resta descobrir e aceitar, a que os místicos denominam conversão, ou realização do Ser. Tão simples, de causar admiração, enquanto multidões percorrem os pomos do Universo e agarram só o imediato em detrimento da essência, e perdem as virtuosas chances da escolha acertada, isto no curto itinerário deste chão transitório. 

Não sou eu quem vive; é o Cristo que vive em mim, assim resume Paulo de Tarso  esse largo conceito, depois do caminho de Damasco. As religiões institucionais existem a fim de propagar essa perspectiva do valor principal, apesar dos quantos equívocos nas providências e ações de responsáveis que as administram. Contudo isto jamais justificará a fuga das oportunidades que oferecem os livros religiosos, verdadeiros compêndios de orientação aos que devem compreender o mistério das existências e o sentido que eles transmitem. 

(Ilustração: Tintoretto, em Adoração dos pastores).

Um comentário:

  1. “Não sou eu quem vive; Cristo vive em mim” , assim esse largo largo conceito “ sobre a existência do ser. Complexa e profunda a análise de nossa existência. Texto complexo e difícil análise sobre a complexa e difícil missão da nossa vida.

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