terça-feira, 31 de julho de 2018

O Deus de todos nós

Essa vontade descomunal de obter êxito na busca da resposta universal do quanto existe, o encontro com Deus que todos aspiram discriminadamente no decorrer das épocas, e requer prudência e nenhuma acomodação. A fome de realização, da Realização do Ser que somos isso que Rabindranath Tagore, o poeta indiano, denominou de a Religião do Homem, e ele resume a dizer que a religião do homem é o próprio ser humano; encontro consigo mesmo; a identificação do Si para consigo em si.

Sob tais considerações, diante da aventura humana de responder ao enigma fundamental das vidas, há de se deparar com infinitos credos, códigos, seitas, religiões, denominações, estruturadas face tal jornada do Espírito enquanto vive na matéria pensante. Gama variável de acordo com as culturas espraiadas pelo Chão, significam conquistas de evidências e a criação de instituições; a escritura de livros; a missão dos profetas, dos santos; fundação das comunidades messiânicas; guerras raciais; surtos fanáticos; núcleos de promessa.

Acaba que, num misto de materialidade e espiritualidade, ressurge vezes sem conta o drama das humanidades, dos grupos sociais, das nações e dos líderes místicos. Enquanto isto, as interrogações sujeitam perder o fio da meada, em algumas ocasiões. Chegar bem perto de Deus e morrer de inanição, as vítimas da incúria e dos dogmas; revolucionários escravos dos ideais libertadores; arautos daquilo que lhes jogaria às calandras do Inferno de que tanto fugiam, e nelas sucumbem de braços erguidos aos Céus.

Bem isso que vemos no presente das horas. Nunca os humanos galgaram tamanhas proporções de conhecimento e vastas multiplicações de saber, no entanto persistem viver as antigas contradições das ausências de crenças, quais renitentes primitivos das cavernas lá do princípio de tudo. O esforço de gritar mais alto que seriam donos da Verdade enrouquece multidões e nenhuma realidade plena manifesta a certeza da paz e das virtudes que toque a plenitude tão sonhada. Porém consta das aspirações religiosas desde sempre a Esperança e a Fé que irão salvar o mundo na alma de todos.

2 comentários:

  1. “O encontro de si consigo mesmo”, que profundo essas suas palavras. Tão difícil essa introspecção, faz-se necessário um crescimento espiritual que só o tempo, a vida é o sofrimento nos dá oportunidade para isso. É uma viagem longa, e quanto isso ocorre descobrimos o quanto pequenino somos nós , um grão de areia numa praia vasta. Mas este momento é libertador. Mudamos os nossos valores , nossas crenças, nossas buscas e nosso ser em si. É doído, mas é o preço que pagamos para nos encontrarmos. Parabéns! Como sempre seus textos são um rico momento de reflexão e paz. Um abraço Emerson.

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