quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Um Eu sagrado

Todo tempo, séculos sem fim, os humanos buscam conhecer o lado de dentro da criatura de Si, às vezes com sucesso, vide sábios e santos. Até hoje ninguém questiona a existência desse parâmetro do Inconsciente persistente no íntimo pessoal. Vêm disso as tantas escolas religiosas espalhadas pelo mundo. As inúmeras aventuras, na amplidão do universo do Ser, através do conhecimento. Matéria prima de pesquisas constantes, voam depois da capacidade dos estudiosos, que ainda tateiam entre a sombra e a luz da alma. Fascinante isto de que dispomos a fim de aprender os passos verdadeiros da vastidão infinita.

Pouco importa a inteligência mais genial, entretanto permanece em aberto descobrir a equação do mistério. Criam teorias, aperfeiçoam os conceitos, editam livros, porém a revelação vive liberta no seio do sentimento, sede da emoção, planos do coração. Na distância do sentir ao dizer, o caminho da Iluminação. Os mestres espirituais falam, por isso, do drama tenebroso da transmissão dos ensinos, porquanto antes do que transmitir existe a necessidade do solo de quem irá receber, senão será tão só informação e não saber o que se passa. Ausência de solo fértil, eis a crise na estrada de mão dupla, a exigência de conhecer o Absoluto. Ter aonde guardar o que aprender.

Há, pois, que ampliar o Eu sagrado. Jesus falou através de parábolas, a mostrar a Verdade além do mero raciocínio mental. Falou em um Reino que aguarda que visemos a Luz e a compreendamos. Aspecto místico das individualidades, diversos cientistas abordaram o tema. Sócrates. Santo Agostinho. Paulo. Jung. E mais que vieram e virão. Outros já oferecem o exemplo de viver, os nomes essenciais ao aperfeiçoamento das religiões. 

Nisto, ainda que difícil de conhecer, porém sendo possível, notícia alvissareira admite quais perspectivas, sobremodo em épocas escuras, durante as fases de aprendizado que atravessamos. Pressentir a existência perene da porta da Libertação, indiscriminadamente, transportamos em nós a Imortalidade, vez sermos deuses, e carecemos dizer a nós mesmos este sonho definitivo. 


(Ilustração: Angelus, de Jean-François Millet).

Um comentário:

  1. Uma das tarefas mais complexas do ser humano é a busca do conhecer a si próprio. A busca o verdadeiro "eu" sempre foi um desafio para as maiores autoridadrs do mundo cientifico. Até porqye ele passa por outras esferas que nem sempre é a razão. Às vezes envereda pelo nundo espiritual e aí é terreno mais complexo ainda.

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