Raramente ligava o rádio cedo da manhã antes de ir ao colégio, quando naquele dia 01 de abril de 1964, ao sintonizar a Rádio Nacional de Brasília, ouvi que o País estava convulso diante das movimentações que culminaram na chamada Revolução Militar, que alteraria o curso da história brasileira. Fora impulsionado a ouvir a emissora em hora que me fugia ao costume.
Também quase nunca ligava o rádio no meio da madrugada, mas naquele dia 18 de outubro de 1978 resolvera fazê-lo. Isso na ocasião em que emissoras estrangeiras noticiavam a descoberta do suicídio em massa de 918 pessoas, induzidas pelo líder religioso Jim Jones, em Jonestown, na Guiana, acontecido que assustaria o mundo inteiro.
No dia 06 de outubro de 1981, na ocasião em que chegava à casa dos meus pais, em Crato, a televisão noticiava o atentado em que Anwar El Sadat, Presidente do Egito, ao assistir da tribuna a desfile militar, sofria atentado que lhe custou a vida, isso mostrado através de cenas de brutal realismo ainda hoje exibidas pelo Youtube da internet.
Cleriston Andrade, prefeito de Salvador na época em eu vivera na Bahia, na década de 70, era candidato ao governo do Estado, quando, em campanha pelo interior, seria vítima de acidente aéreo envolvendo o helicóptero no qual viajava com assessores. Sem mais, nem menos, naquele dia 01 de outubro de 1982, me vira compelido a ligar o rádio e lá estava a notícia do desastre.
Ao chegar à casa dos meus pais, domingo 01 de maio de l994, no momento em que passava defronte ao televisor onde Everardo, meu irmão, assistia à corrida de Fórmula Um, presenciei os instantes seguintes ao acidente fatídico em que Airton Senna perderia a vida. Estavam terminando de removê-lo dos destroços de seu carro, creio que já sem esperança de sobreviver.
Mais recentemente, regressava de João Pessoa a Crato, ao adentrar restaurante nas imediações de Sousa PB, a televisão exibia reportagens extras do acidente aéreo em que, há poucos instantes, no dia 13 de agosto de 2014, em que Eduardo Campos seria vitimado, então em campanha à Presidência da República. Era a mesma data em que seu avô e mentor na política, Miguel Arraes, também deixara este mundo no ano de 2005.
São algumas considerações a propósito dos sinais que cercam os acontecimentos traumáticos, ou felizes, que possam oferecer condições de demonstrar o entrelaçamento de tudo quanto envolve a existência dos seres que vivem neste Universo. Ninguém está desconectado do grande todo. Há entrelaçadas responsabilidade e escolhas naquilo que façamos, visto sempre gerar consequências individuais e coletivas. A Ciência busca compreender tais vínculos invisíveis em pesquisas sob a denominação de Efeito Borboleta, motivos esses de hipóteses e avaliações, evidenciando o valor espiritual da continuação desses estudos.
É verdade. Os sinais chegam sempre, muitas vezes não nos damos conta disso, mas acontece.
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