Certa feita, assisti pela televisão a uma entrevista com um
senhor que vivera na Alemanha no período que antecedeu a Segunda Guerra
Mundial. Ele descrevia o clima reinante no país naquela ocasião. Espécie de
letargia dominava a grande população. Enquanto isso, escaramuças da política
ditavam as cartas e Hitler chegara ao poder, logo demonstrando a agressividade
dos seus instintos de dar início à conflagração que custaria 70 milhões de vidas,
entre mortos e desaparecidos. Mas o povo acompanhava aquilo tudo sob a relativa
normalidade. A militarização e o crescimento armamentista que caracterizavam os
desejos do ditador rápido prevaleceram através da propaganda e das mobilizações
do Estado.
No auge dos avanços agressivos em relação a países próximos,
lá um dia os nazistas reuniram grande massa no Estádio de Berlim no sentido de
apresentar os planos da propaganda e consultar os presentes quanto ao apoio à guerra
iminente.
Os alto-falantes bradavam hinos e discursos, até o instante
da consulta coletiva de apoiar à escalada do conflito mais cruento até hoje
acontecido na Terra. Quando consultados, o estádio em peso levantou-se
favorável à ação deletéria. O tal senhor de quem faláramos da entrevista na
televisão, ali no meio da multidão desvairada, nenhum gesto esboçou, permaneceu
sentado no seu lugar das arquibancadas, pois fora voto vencido. Inútil a
qualquer cogitação. E o andamento dos acontecimentos seria danoso para toda a
Humanidade.
Assim é sujeito a ocorrer em qualquer época diante da
maioria silenciosa que dorme acomodada diante das situações da história. Nada
vê. Nada ouve. Nada fala. Embriagada nos braços dos prazeres fáceis, acha que
tem nada com isso.
Entretanto se sabe da importância da conscientização das
pessoas na conquista dos direitos, na obtenção dos resultados da paz, do
progresso. Há tempos durante os quais todos nós seremos responsabilizados pelas
atitudes de todos. A coerência exige participação, movimentação. Os próprios
governantes necessitam saber as aspirações populares, a fim de promover ordem e
justiça que farão os dias melhores que construiremos às novas gerações.a
Acordar...será que vale a pena acordar? Eu sei que pau que dá em Chico dá em Francisco, mas as vezes é melhor continuar dormindo, sonhando do que acordar. Sabemos que o silêncio dos bons nos preocupa, porque quem mais grita são os que estão no poder, se deletando nos caminhos da corrupção, estes com certeza permanecem na luta para se perpetuar no poder. Enquanto isso o país nas mãos de poucos, enquanto o povo quieto assiste a tudo e não pode ou não se deram conta ainda de quao grave é o momento.
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