quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

As três peças, de Xavier Sobreira

Uma surpresa bem agradável saber que há um dramaturgo nas terras sertanejas do interior cearense cujas peças chegam ao nível de atender às grandes interrogações da Humanidade em época de tamanhas expectativas. Sim, este autor é Xavier Sobreira, médico sobralense religioso no jeito de ver a existência, na sua busca incessante dos meios necessários de resistir à voragem deste chão de mutação incessante, escola da Eternidade. 

Ele desenvolve, nas três peças ora trazidas a público neste volume, temas universais por vezes até tabus de muitos, incursões aos mistérios da morte, da vida fugidia do prazer pelo prazer, das ânsias de conhecer mais perante as estradas dos sentimentos.

A escrita se presta com vantagens a isso, avançar por dentro das sombras do Ser nas identificações e semelhanças da linguagem das sociedades. Uma constante permuta de valores filosóficos, códigos de conhecimento repartidos aos demais.  Devagar, percorre os espaços do Inconsciente qual escafandrista emérito da alma, aos toques nos rochedos consistentes de vias dolorosas do Si Mesmo, nas malhas do silêncio de profundidades infinitas. 

Um viajante, um buscador e um peregrino, personagens marcantes de nós próprios, solitários amantes da vontade e caminheiros das horas em todos os lugares daqui da existência, que permanecem a andar nossas entranhas quais irmãos da jornada às estrelas.

Quem aceitar, pois, o gosto pela investigação dos sonhos, na esperança em possibilidades maiores da Consciência, eis este livro digno dos momentos afins da desmistificação de símbolos arcaicos, no passo de trabalhar novas estratégicas de viver com arte e sabedoria.

Deste modo, As três peças, de Francisco Xavier de Lima Sobreira, lhes trarão um tanto das novidades dos viajantes, buscadores e peregrinos, frutos do talento de profissional da saúde física que amealha consigo dons de tratar também a alma, numa técnica de artes cênicas que o qualifica a descerrar as cortinas do coração e comungar valores refinados da Espiritualidade, nas peças que renovarão cenários e sacudirão preconceitos de seus leitores e suas plateias.

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