segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

As vozes de dentro

Por mais que achemos ser a vida só lá fora, torrentes de pensamentos e sentimentos mexem por dentro a todo instante, milhões todo dia. Aonde se virar, multidões de novos interesses exigem que sigamos caminhos por vezes difíceis, doutras menos graves. De comum, são eles que dominam invés de lhes dominar. 

Nesse procedimento de constante atividade, surgem ideias, notícias da alma, contos, sonhos, necessidades, desejos e as paixões desenfreadas, voluptuosas, intranquilas ou verdadeiras. Apegos, os apegos nas voragens desse chão. Pretensões inconfessáveis. Ânsias inalcançáveis. No que vamos limpando o teto da consciência e abrindo as clareiras de viver com sabedoria. Tranquiliza daqui, acalma dali, revisa dacolá, e o barco segue rumo da cachoeira dos dias.

As pessoas tocam de perto no trote das ações internas e recebem do jeito que puder o gesto dos demais, a ponto de Jean-Paul Sartre afirmar de boca cheira que o Inferno são os outros. Ao que direi: o Inferno e o Céu são os outros. Porquanto tanta maravilha na presença das pessoas do nosso lado. Quão gostoso quebrar a solidão dos momentos junto de quem amamos de plena felicidade. 

Felizes seriam esses de merecer a companhia de criaturas de bem com a vida. Obter na certeza a chance única de merecer o bem que planta no modo intenso da alegria que possa causar a que esteja próximo. Um vulcão ativo da melhor felicidade, pois, contar presenças agradáveis, que gostem da gente de igual pra igual, nos teatros desse mundo.

A paisagem ilumina, o som virá música, as companhias enchem o horizonte de esperança e as horas transcorrem numa velocidade por demais surpreendente. Sílabas tônicas do sabor de leite e mel unir as falas às belezas das almas inteiras, dos que nos amem e nós os amemos. Isto feito eterno, eis a fonte inesgotável do bem verdadeiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário