terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Aves, as flores de asa

Olhar acima. Abaixo. Dos lados. Só infinito das águas puras a conter esses moluscos de gentes a navegar o diário dos sonhos, às vezes vãos, outras libertos, predadores, brincalhões no seio dos destinos da multidão, valentes, teimosos, fanáticos, irresponsáveis, responsáveis, irreverentes, reverentes, mas apenas pequenos batráquios na sanha das vidraças que contém o imenso aquário de raio infinito. Por dentro e por fora, jogadores na roleta da sorte alheia e própria; ou fixos nos pontos imaginários da ilusão. Isso da realidade ser assim em toda direção e restando as fatias dos detalhes ao dispor das criaturas humanas fere de morte o conceito da inexistência. Marcas deixadas no piso das eras determinam a força de compreender a presença de um Poder acima de quantos quiseram passar fora dos valores maiores, o que demonstra o tanto da perfeição no rio das horas onde habitamos mergulhados, todo tempo. Artífices do Infinito absoluto aqui nós somos. Aonde o cavalo da tecnologia permitir, aonde o couro aguentar nesse mar dos impérios da permissão do Maestro ausente na visão, presente majestoso e inevitável no horizonte inarredável. Redes e ondas perseguem os escravos de si próprios, os heróis das histórias escuras, dos dramas parciais e das comédias de aprendizado vendidas a preços módicos no íntimo das pessoas. Só isto, silêncio de solidão sadia abarca o firmamento. Liberdade na medida do que caiba aos indivíduos. Balança exata, pura correção, que determina o direito de um e de todos. Juízos matemáticos. Ninguém foge ou fugirá ao destino daquilo que plantar. Quer chova ou faça sol, o crivo da razão percorre de barco as águas distribuindo justiça milimétrica. A responsabilidade exige, pois, atitude. O reservatório, a Eternidade, bem significa o tamanho da compreensão dos animais que nadam soltos e esperam presas da esperança as moléculas de realização, aves que voam sobre a Terra e olham o fundo abismo da Felicidade, seres em profusão de luz e amor, abelhas leves à busca do mel da plena Paz na Consciência.

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