quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Simão, o mágico

Eram tempos áridos de quando os apóstolos iniciavam a expansão do cristianismo, eles ainda macerados pela ausência brusca do Mestre, há pouco sacrificado nos braços da cruz pelo bem que ensinou. Em Jerusalém, Saulo tomara a si conter pregações e curas, o que conquistava as multidões. Liderança e promessa do judaísmo, naquilo confrontava, sem dó nem piedade, os missionários divinos, herdeiros da mensagem salvadora, levando-os aos cárceres e instigando execuções públicas, sendo Estêvão apedrejado até a morte pela turba enfurecida.

Nesse ínterim, Felipe descera a Samaria na pregação dos ensinos. Falava a todos e curava dementes, paralíticos e coxos, causando alegria no seio da população. Nessa hora, encontraria um personagem ali já conhecido, de nome Simão, que exercera na cidade o ofício de mágico, realizara prodígios e conquistara admiradores, ao qual todos atendiam, desde o maior ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus. 

Quando, porém, Felipe veio ensinando o Reino e o nome de Jesus, batizando homens e mulheres, o próprio mágico se rendeu às evidências de sinais e maravilhas, querendo, inclusive, receber o sacramento do batismo.

Nos mesmos dias, em seguida chegaram a Samaria Pedro e João. Eles ao impor as mãos sobre os fiéis convertidos faziam receber o Espírito Santo.

O gesto tocou forte em Simão, que notou a força possuíam, e lhes ofereceu dinheiro para merecer tamanha capacidade, imaginando fossem  passes da ilusão, alguma mágica misteriosa que desconhecesse. 

Nisto, Pedro o admoestou: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. 

Entrementes, Pedro acrescentou o peso maior da retidão do coração perante o Poder Supremo, no sentido de usufruir da Palavra. Então, indicou o arrependimento do gesto com que agira Simão, que orasse para merecer o perdão do gesto interesseiro. De tal maneira apartaria dele o fel da amargura e o laço da iniquidade, orientou o apóstolo.

Simão baixou a cabeça e, respondendo, pediu que a proposta não lhe causasse a perdição, convertido às palavras santas através dos primeiros apóstolos de Jesus.

(Atos dos Apóstolos, 8: 9-25).

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