sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Os degraus da Consciência


A mente, na verdade, é a causa da escravidão e da libertação.
Maitri Upanishad

E saber que isto somos nós, à procura de Si nos vagos da Eternidade. Caminhar, caminhar sempre. Andar aonde for e ver-nos-emos face a face com nós mesmos, universos em formação. Lá outra vez, quando disseram: Deus não pode conhecer a si mesmo sem mim. Eckhart

Daí, na busca da consciência de Si, os mundos a isto foram feitos e percorrem livres os pavilhões Infinitos, no espaço e no tempo, através de suas próprias criaturas em crescimento, a guiar os passos pelas fronteiras das interrogações. Nisto, marcas profundas são fixadas nos céus e as almas definam seu grau de compreensão. Todos, indiscriminadamente, pululam diante das horas e refazem o trajeto a todo momento.

Entre o Tudo e o Nada, bem ali transitam tudo quanto há desde sempre. Nem o Tudo, nem o Nada, só meros traços do inexistente na essência indizível que percorre o plano das existências. Os serres, as consciências em elaboração até o pleno desaparecimento no silêncio das virtudes, espelhos que não conseguem olhar a si mesmos, sombras do vazio original no domínio do Absoluto.

E saber que isto somos nós, à procura de Si nos vagos da Eternidade. Fagulhas, transparências de vultos fantasmagóricos a circular dentre a luz e as trevas dos instantes inextinguíveis, a preencher de pensamentos e imaginação os penhascos da memória. Laços que desmancham os sóis em movimento, até então; seremos afinal o limite, e desfar-nos-emos nas cores dos fins de tarde, entre pássaros e nuvens incandescentes.

Qual o quê, sem que menos esperemos, viveremos a beleza do Amor e ouviremos os carrilhões da Felicidade, a meio de tantos que a tanto desvendaram na trilha de vencer o Destino inevitável.

(Ilustração: Hórus, reprodução).

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