Quando, nos idos de 1969, o professor canadense Marshall McLuhan considerava, em seu livro Os meios de comunicação como extensão do homem, que vivemos em uma aldeia global, isso mais parecia ficção. Hoje, no entanto, com o predomínio da Rede Mundial de Computadores, vemos comprovada aquela assertiva que ganhou as mentalidades da época, em momentosa esperança de que dali sugeria o tão sonhado entendimento desde sempre sonhado no transcorrer da História.
Mas, qual o quê, passadas que foram cinco décadas desde
então, outra vez o mundo se vê constrangido pelas ações globais diante das
atrocidades verificadas no Oriente, face aos desafios à paz, num momento por
demais crucial do equilíbrio das nações. O que se imaginou fosse progresso tudo
conquistado pela civilização, o que agora aconteceu, em termos de ciência,
pesquisas, realizações tecnológicas, demonstra, doutro lado, o quanto de atraso
e amarguras adveio dos decantados avanços.
Nuvens escuras crescem nos céus em face dos tais
instrumentos de manuseio do potencial bélico desenvolvido, poder destruidor
qual jamais, numa fúria escatológica de causar espanto e apreensão. Aquilo que
pudesse significar bênçãos da inteligência humana representa unicamente
capacidade bélica de imposição a inimigos, que deixa marcas profundas em todos os
quadrantes do Planeta.
Nisto, aquela tão sonhada aldeia global reduz-se a pó e
poeira, moldes evidentes da atual Humanidade. Em mergulho autocrítico,
representa o nível de evolução dos dirigentes de países, a risco das graves
consequências ora em andamento, demonstração cabal das limitações de multidões
inteiras quanto à sua própria sobrevivência.
Após seis longos anos de incertezas, a Segunda Grande Guerra
serviria de modelo a uma geração inteira de produções cinematográficas
espalhadas pelo mundo, o que preencheu as salas de exibição nas décadas de 50 e
60, retratos históricos de que ninguém desejaria, outra vez, presenciar
tamanhos absurdos e perversidades. Contudo, neste tempo atual, são cenas reais
transmitidas de imediato através da Internet, a causar dores atrozes nos que
veem e sérias dúvidas quanto ao futuro de todos que vivem neste Chão.
(Ilustração: 2001, Uma odisseia no espaço, de Stanley Kubrick).
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