Tem hora que chego a pensar seja fruto de tantas histórias que contaram que a realidade virou mera fantasia e a lenda tomou de conta de tudo. Ninguém mais pode assegura que o que andam narrando nas mídias signifique verdade. Um painel de conjunturas variadas passou a dominar o senso e as pessoas andam desconfiadas se existem ou não, ou seriam outras talvez desse mundo vasto de tantas e inventadas versões que andam de boca a boca, na maior sem cerimônia.
Isso daqui seria outro filme dos laboratórios
internacionais? Os terremotos, maremotos, tufões, tsunamis, incêndios, naves
misteriosas, fachos de luz intensa que rasgam os céus, e nós expectadores de
películas criadas a fim de reverter a monotonia de ganhar, correr, comer e
jogar?
Que situação em que tudo se tornou, espécie de circuito
externo de maquinações a favor de quem quer que deseje dominar e domina as naves desse gênero que peleja estrada afora na face do Planeta. Uns
noctívagos à procura do Sol. Uns neologismos
do discurso das gerações.
Esperar não sei de onde, chegar não sei aonde, porém dentro
das cápsulas em que fomos montados, artesões do imprevisível, senhores de razões
imaginárias, sujeitos de inúmeras transformações em carne viva. Cidades cheias
de bólides metálicos, avanços histéricos de glutões irreverentes. Bem assim
escorre o tempo nas fronteiras deste mundo, sonhos soltos de ouro e ferro,
cobre e lítio, a persistir na busca dos esclarecimentos mais do que necessários
ao final feliz com que justificam estar aqui e continuar até o fechar da empanada.
Bem assim, nesse buscar de roteiros a ferver o juízo de quem
seja em um mar de estranhos fenômenos. Refletir por demais, eis o momento.
Admitir que existirá respostas coerentes e viver a antecipação dos mistérios de
que somos criaturas e autores enquanto houver consciência.
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