O saber natural em sua ação persistente criou as condições de gerar filhos e os seres humanos em sua ignorância os expelem a sangue frio natimortos, quais eliminassem animais desnecessários, seus próprios semelhantes.
Houvesse leis pela preservação da
vida em soberbas características de contenção dos desmandos praticados em redor
do mundo e, decerto, a história mostraria inegáveis oportunidades de felicidade
a esses tontos mortais esfomeados de prazer imediato.
Jamais, senão agora,
demonstrações de ausência de lucidez parecem crescer no horizonte esfumaçado da
destruição na flor da idade, em meio aos escombros da barbárie que toma conta dos
séculos. Símbolos de paz viraram motivos de ausência de critério, nas promoções
desencontradas de minorias vencidas.
Mas falávamos da covardia do
aborto... Que pouca honestidade para com os semelhantes a nascer essa atitude
dos legisladores lusitanos... Nem de longe se deve imaginar uma coisa dessas
para o Brasil, povo originário dos avôs do outro lado das marés, que desta vez
desistem de querer renovar a espécie. Exemplos melhores já nos deram, com
certeza... Lições práticas de vida, a língua, o sentimento latino, o fervor, a
musicalidade. Agora, contudo, quebraram a cara, e nós nos negamos a segui-los.
Tirar a vida, como querer? Não
sabemos repor o viver de quem morre, por isso não se devem eliminar os seres
humanos que aguardam as mesmas chances de brotar, crescer e conhecer.
A morte dos inocentes em gestação
clama consciência, portanto. Falar na esperança dessas vidinhas em sumidouro,
desejos de viver na lama dos ausentes, dói e requer disposição de ânimo aos que
lutam pela paz. Aquilo que seria a festa das famílias, chegarem novos filhos,
torna-se chama apagada no vento abusivo de vazias palavras soltas, derramadas.
E falar em amor exige coerência a
uma civilização bandida, revirada nos laços das armadilhas, caminhos tortuosos,
vilã matreira de poucas luzes. Gritos de promessas, entretanto, rasgam o espaço
de sombra. A força de sobreviver, falando alto nas entranhas das gentes, indica
o valor carinhoso de novos sonhos.
Quisessem reverter os quadros
fantasmagóricos da indigência e praticassem hábitos justos e alegres de salvar
os que, mais que antes, precisam nascer...
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