Quero cada vez mais aprender a ver como belo aquilo que é necessário nas coisas. Amor-fati [amor ao destino]: seja este, doravante, o meu amor! Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que minha única negação seja desviar o olhar! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia, apenas alguém que diz Sim!“ Nietzsche, Gaia Ciência, §276
Ver a vida face a face. Reconhecer o inevitável e as
limitações de compreender. Admitir quais fatores significam o sentido de viver.
Tal o conceito em que Nietzsche resume o senso da existência, resumo e
princípio de tudo. Invés de confrontar as normas do destino, aceitar suas
origens e consequências. Amar a plenitude da Natureza em um grandioso
aprendizado que leva à aceitação pura e simples.
Mesmo de que representaria contradizer a evidência em
movimento, o presente qual consequência do passado e o início de novos futuros?! De algo nasceu a essência, desse retorno eterno ao princípio, causa e motivo do
fluir dos acontecimentos.
O sagrado existir impõe, pois, suas leis e define a
importância de abraçar o momento no afã da transformação do Ser em
Consciência. Esse bem-estar que se sucede à medida do tempo, e dispõe a qualidade
principal do reconhecimento de Si, o segredo da plenitude do quanto existe
durante um Infinito atemporal, irretocável.
Nisto, o filósofo reconhece o exercício da Vontade na
realização do Ser em Si. Perante tudo quanto existe, os seres humanos desvendarão a
solidão e o princípio da presença diante do que seja o instante eterno em
movimento e uma perene renovação.
Conquanto inevitável, amar ao destino é desvendar o mistério
da paz no coração. O necessário não me
fere; amor-fati é minha natureza mais
íntima“, de Ecce Homo, 1888. Acatar
o Eterno tal razão das existências e causa primeira de tudo o que a isso
determina.
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