Depois de tudo isso que foram os turnos de produzir as ruínas desde então abandonadas, insistem agora desvendar o mistério desse drama em andamento na alma. Eles (nós) aqui lançados, mortais estabelecidos apenas moralmente diante do Eterno, uns buscadores de álibis quase perfeitos na visão individual, vigiam as feras em forma de gente que, no entanto, se purificam na agonia do tempo. Acham que desvendarão os códigos das pirâmides na medida extrema, quando despertarem certa madrugada cientes da consciência que transportam pelos quadrantes sem fim.
Conhecer a natureza humana que conduzem no íntimo, vivem todo o risco de
tal pretensão. Iguais escafandristas desses mares de quantos filmes, arcaicos
fatores de transformação, padecem da fome dos valores que reclamam nos
demais. Vultos assustados que comovem a tantos e deixam escondida a verdade que
imaginavam possuir. Eles (nós), atores de películas escuras e saudades
arrevesadas, persistem no querer aos outros o sonho das próprias descobertas imaginárias.
Carregam consigo, no entanto, a sombra comum que lhes refaz o senso,
projetando santidade pelos trancos e barrancos, mocinhos de civilizações
desaparecidas. Bem isto, meros escultores de heróis que desconhecem. Alimentam
a certeza de haver chegado ao Céu, enquanto dormem sob os louros alheios fugazes
da solidão que lhes acompanha todo instante.
...
Carecemos de um maior entendimento
da natureza humana, pois o único perigo real existente é o próprio homem. Sua psiquê
deveria ser estudada, porquanto somos a origem de todo o mal vindouro. Carl
Gustav Jung
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