Sabe-se hoje o quanto de lembranças vivem soltas nesse universo de si mesmo. Foram longas as jornadas em busca dos momentos no presente. Desastres. Sucessos. Dramas. Comédias. Tudo guardado a quatro chaves no coração de todos nós. Todas as pulsações do coração a palpitar no sentido de viver, porém submisso ao padrão dos discernimentos de um a um. Houvesse de escrever o livro dos destinos, entre a latitude e a longitude deslizaria o rio das horas, cantariam os pássaros e tocara o sino das virtudes.
Assim percorremos afoitos os desertos do instinto na busca
desesperada de encontrar os no entanto
afeitos ao inesperado daquilo que possa nos surpreender a todo instante. São
muitos, são todos, quais perpendiculares traçadas nos raios do Infinito. Por
vezes submissos aos cravos desse movimento incessante que nunca estabelecerá o
limite de suas intenções. Permite. Oferece. Observa de garras afiadas o que resta
determinar diante dos impulsos da raça inconstante e das visões.
Quiséssemos presenciar o tanto de vazio que existe bem no meio entre o som e o silêncio a escorrer no Tempo, jovem, velho, de tenra idade
e barbas longas, na brancura dos finais de tarde e uma extensa fileira de
encapuzados desfilaria no teto das compreensões e mergulharia no marujar dos
momentos que se esvaem. São ondas repetitivas de paixões, dores, esperanças, em
um só desejo de firmar os pés nesses mares infinitos, no pulsar dos corações.
Guardadas as devidas proporções, destarte significaria o
borbulhar das necessidades humanas na forma de cantigas desfeitas pelo tear dos
dias, sejam longos, sejam breves, que somem aflitos numa ausência pálida.
Êxtases, sorrisos e lágrimas. A mesma multidão que hoje sumiu pelas encostas de
antes amanhã regressará em forma de novos sonhos, senhora de si e autora das
marcas que, de novo, deixará largadas nos céus deste chão. Nós, esses
organismos das decisões que ficaram nas estradas e nunca hão de contar em
termos o que deixariam de ser logo ali adiante.
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