A que buscar, na pura luz do desencanto, do desassossego. Isso perante as mesmas florestas descampadas, árvores toscas e saudades espalhadas pelo chão. As flores, afinal, as flores. Num ritmo frenético sobrevivem os amores, as dores e as longas madrugadas disformes deste sonho borbulhante. Ela, a espécie do fim das eras. Restos de caravelas deixados na praia. Multidões ressaqueadas de tantos ferros retorcidos em volta, naves aceleradas que se foram pelas mesmas ruas disformes das antigas civilizações em festa. Restos esses só feitos de náuseas e ruínas, tantas ruínas lotadas de pessoas, rostos esvoaçantes que se misturaram nas réstias e nos nevoeiros, ao calor das horas. Rotas à toa cheias de maltrapilhos endinheirados sem rumo certo do que fossem talvez a que viessem. Quadros aqueles dantescos dos filmes de um tempo que passou amarelecido de muitas tecnologias refeitas na ilusão das poucas novidades.
Nesses instantes de buscar a que mais o quanto que virá,
dali nascem rios, as pontes e os para-raios que ninguém saberá jamais a que
estão ou a que vieram, pois. Isto de largas interrogações e nenhuma resposta
que acalme a urgente vontade humana de seguir adiante, mesmo sabendo nada
ou quase nada daquilo a que veio.
Perlustrar as mesmas formas de antes quase nem acrescenta,
se é que a isto fosse possível. Laços de extrema necessidade significam viver.
Sustentar o roteiro de histórias guardadas nos vasos de solidão largados que
foram aos céus do passado, às urgências de antigamente, longe das saudades
mantidas a ferro e fogo. O mal-estar da Civilização, é este que insiste repetir
as fórmulas de inúteis intenções. Correr na velocidade férvida dos heróis vencidos e suas atitudes audazes. Palavras, suspiros soltos doutras
epopeias que desaparecem pouco a pouco nas páginas do instinto de viver, viver a
qualquer custo a fome imperecível de existir.
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