Assim tão desesperador, ou assim tão necessário: Lilith, o mito da sexualidade, que, segundo alguns, significa a perda do Paraíso da inocência da parte dos humanos. Porém tão necessário ao prolongamento da espécie neste mundo de aparentes contradições. Porquanto nascido de uma perfeição por demais absoluta, aqui ainda vagamos de olhos fechados à procura da luz. Se assim não fosse, qual seria a chance de revelar a consciência e desvendar, de uma vez por todas, a transformação de matéria em puros espíritos, o que o somos diante do senso da exatidão de toda existência?!.
Uma dessas só aparentes contradições, pois, é a sexualidade,
o que propicia continuar, de uma vida a outra, o transcorrer das reencarnações.
Do transe da matéria sequencia o princípio da evolução. Esse aspecto das duas
forças em atividade face à percepção esclarece o desejo de lá um tempo sermos
também perfeitos, porquanto a isto fomos talhados.
Escrever permite palavras virem à tona e dizer, oferecer o
que fervilha o pensamento na forma de objetos esquisitos que querem chegar ao
pomo dos sentidos. Falar entre linhas, que permite acontecer no plano das
ideias, onde reside a perfeição. Trazem conteúdos que mostrem as faces do
mistério notado na presença de cada ser.
Nisto contar as histórias que transitam na alma da gente,
qual esse mito de Lilith, arquétipo de um ente que decide seguir sua própria
história diante da Criação. Utiliza o princípio do livre arbítrio, a contradizer
os valores da harmonia que, dos inícios, fariam a pauta do Universo. Porém algo
oferece tais meios de revisar o mundo e demonstrar modo que fosse outro invés daquele da ordem original. Enquanto que, daí, nascem todos e podem
continuar perante o Chão até desvendar a porta da Consciência.
Nesse diapasão, vamos à busca do real sentido de tudo quanto
há nos despenhadeiros do Destino, essência da qual faremos parte definitiva e
seremos também senhores que o somos da sagração das espécies.
(Ilustração: O julgamento final, de Bosch).
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