Se a Ordem afirma uma coisa, a Desordem, sua inseparável companheira, imediatamente afirma o contrário. Não podem viver uma com a outra nem uma sem a outra. Hegel
Estampas rasgadas ao vento, assim que tocam adiante no caudal dos acontecimentos inevitáveis. Nem de longe pensar que há séculos, milênios, sempre foi e o mesmo tanto continuara eternamente. Até fechar cada uma das folhas secas individuais que carregamos conosco, o campo das contradições permanecerá aberto aos quantos detalhes de tudo, no entanto. São eles, os atores do velho drama da sorte a direito de todos. Fossemos calcular os perjúrios, haveria de sobra papel aos finais de tarde e tudo continuaria qual desde sempre.
A paisagem dos céus, portanto, segue seu destino. Horas a
fio desertam das maravilhas e caem das árvores mais altas em forma de pó.
Descem os rios no sentido deste oceano das possibilidades. Muitos, multidões,
apenas erguem os olhos ao firmamento e sustentam a casa dos amores que vive
solta no âmbito do peito. Símbolos de paz sacudindo aos céus, vivem e aguardam
dias de serenidade ao mérito de quem obteve a resposta aos valores em andamento.
Isto do que o Tempo constitui a rede da liberdade, preenche
na alma o sonho da esperança constante. Nem de longe interessa fugir do que
aconteça, sobremodo face ao desconhecer da maior parte na pura consciência em
movimento.
Viajássemos, pois, rumo ao desconhecido e saberíamos o
porquê de ser dessa forma viver. Seguro diante do Infinito, alternativa
inexiste de outros modos. Eis a razão fundamental de aceitar os aparentes
recalques da Lei que a tudo rege sem falha alguma. Viver e conviver. Abrir o
íntimo das horas no pomo absoluto da certeza, única forma de habitar o limbo
deste momento. Aceitar de bom grado o cenário atual de tudo o que circula o
furor das histórias que ora preenchem o teto deste Chão.
(Ilustração: Narcissus, de Caravaggio).
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