Mãos trançadas, agarradas, nutrem de sonho bom as jogadas geniais, no tabuleiro dos destinos. O terno desejo dos encontros das pessoas conduz esse barco através dos oceanos profundos do tempo, na permanente busca de parceiros que formarão casas, e os que delas nascerem e nelas habitarão saberem dos filhos posteriores. Espécie reverente de bailado harmonioso das abelhas em volta das colmeias, egoísmos e amores, desejos e sentimentos.
No começo, são as flores, perfumadas flores. Dois
intransitivos rompem o cimento áspero, nos laços formados na cadeia do acaso, e
mergulham de cabeça no confronto de dentro das novas gerações a virem. Outros, outros,
outros até, deixaram o enredo coletivo das evoluções e se reduzem às equações
jogadas nos calabouços, mosteiros e conventos, para, com isso, chegar à praça
da apoteose dos céus. Vozes gerais, contudo, querer juntar os elementos e criar
os clãs numerosos, vezes outras.
Há estudos aprofundados, realizados nos grandes centros, que
dizem ser a mulher quem move o mundo. A beleza feminina, regente da orquestra
das raças e dos amores, quais lindas luzes acesas, iluminadas de satisfação e
alegria próximas às laterais do campo, blocos avassaladores de colombinas e odaliscas
em roupas extravagantes.
Um vilão costuma, no entanto, entrar no jogo e alterar, com
suas garras afiadas, o andamento saboroso das cenas, e injeta cizânia às
relações, dúvidas e tons cinzentos ao cenário transcendental dos momentos
indóceis dos corpos suados, apegados, rolados nas barras dos tribunais. O
famigerado egoísmo, torpe propagandista da matéria em estado bruto; invade as
noites platinadas e desafina os instrumentos; arrasa palco, expulsa público, escurece
os camarins, rasga pautas e poltronas; e acrescenta versões sensacionalistas ao
setor da normalidade açucarada.
Mas o amor ainda e sempre seguira intacto, guardado debaixo
das sete capas dos humanos corações, no mais íntimo sacrário do mistério.
Matizes dourados esconderam o fator principal das luas enamoradas; bem
subterrâneas paixões viraram agora traços definitivos, diante dos impossíveis métodos
de tonalidades que pareciam reverter a expectativa dos numerosos apaixonados. E
eles sobrevivem nas ondas azuis da madrugada. Contar isso, os termos e alentos
de suspiros ainda quentes, mergulha nas entranhas os pensamentos imaginosos do
atual cinema nacional, e leva mais longe a roda dos destinos que resistam a
preço de glórias inesquecíveis.
Alguma qualidade nova dos humanos, portanto, justificará essa
resistência infinita da fibra dos amantes a toda corrente contrária, nas
corredeiras dos romances medievais da Eternidade. Sei, sim, que, antes do final,
o mocinho viverá fora do corpo de carne, resumo da história dessa luta entre o
ego e o Eu, astronautas valentes dos choques da consciência.
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