domingo, 25 de abril de 2021

Nem tanto esotérico assim


Aonde se virar e escutar falar de crise, enxergar em que resultou isso espalhar que as notícias ruins servem de parâmetro da existência de hoje. Olhar o tempo e sofrer da síndrome de que a natureza parou e o homem venceu na corrida destrutiva da poluição com requintes de ignorância. Andar nas ruas desconfiado de todos, olhos presos nos alarmes e telefones sem sinal. Isso de perda de tempo em tudo por tudo, qual funcionário atrasado nos compromissos para com a empresa. Aguardar grudado as últimas notícias à espera do final dos tempos e contar os pontos a apresentar nos tribunais da Eternidade. Quadros dantescos nas horas dessas dagoras, no entanto de encher qualquer saco de quem quer paciência de viver, esperanças de criar uma família unida, formar filhos com visão de sucesso, trabalhar e ser feliz. Ninguém, ninguém, de senso sadio aguentará só pensar assim, andar de pés doidos por causa da pouca imaginação, pessimismo crônico dos que divulgam material recolhido nas bocas sujas e jogam no coxo das tradições contemporâneas.

Houve desleixo das nações e seus pobres comandos, decerto houve; e consequências virão no rastro das horas; é a justiça natural dos elementos, produto de resultados nos sistemas existentes. Porém fazer disso profissão merece avaliação imediata, pois o trilho permanece à frente da composição, direito de continuar e tange o rebanho nas manhãs seguintes.

Ainda que pesem as corrupções e os políticos nefastos que chegaram no poder graças ao voto dos inconscientes, que a indústria das armas fabrique para destruir vidas e seja a que mais movimenta capitais, que a violência sirva de profissão a tantos alienados de cidades grandes e sujas, explosões de incompetência da humanidade em crescimento, ainda que assim se apresentem os noticiosos da mídia sensacionalista, ainda assim existem os dados positivos, as conquistas da civilização, os instrumentos musicais, os artistas geniais, as mães afetuosas e zelosas dos filhos, o sorriso enorme das crianças alegres, o prazer impagável da brisa gostosa nos dias quentes, as viagens inesquecíveis, os livros saborosos, eternos, os filmes inteligentes, o carinho dos que gostam da gente e nunca se esquecem dos verdadeiros amigos, os infinitos sonhos bons de preservar o lado bom da vida, de viver com arte um exercício valioso de fé e confiança; que bom que seja diferente, para melhor, e existir dentro da realidade maior e verdadeira.

Um comentário:

  1. Primeiro o texto me apertou, depois senti seu abraço. Ainda bem "(...) ainda assim existem os dados positivos(...)".
    É isso, "viver e não ter a vergonha de ser feliz".

    👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿🌟

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